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Sob pressão, Câmara diz manter reajuste

Vereadores dizem que não vão recuar, mesmo após protesto na última sessão; manifestantes prometem ato hoje

Para parlamentares, alta de 39,8% é legal e não é possível reduzir o valor do salário, que chegará a R$ 12,9 mil

Edson Silva/Folhapress
Manifestantes em panelaço realizado antes da sessão de anteontem à noite na Câmara de Ribeirão; grupo foi impedido de entrar na Casa com panelas
Manifestantes em panelaço realizado antes da sessão de anteontem à noite na Câmara de Ribeirão; grupo foi impedido de entrar na Casa com panelas

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Embora pressionados pela opinião pública, vereadores de Ribeirão Preto afirmaram ontem que não irão recuar no projeto de lei que aumentou em 39,8% os próprios salários a partir de 2013.

O reajuste elevou o valor dos atuais R$ 9.288,04 para R$ 12.991, culminando em protestos em redes sociais e em uma manifestação que terminou com confusão na sessão de anteontem à noite.

O objetivo do protesto foi tentar pressionar os vereadores a apresentar um novo projeto de lei que anule o reajuste concedido.

A Folha procurou os 20 parlamentares ontem e conseguiu ouvir 11 deles. Todos são unânimes em dizer que o reajuste é legal.

"Não vejo motivo para a redução, até porque todo trabalhador tem direito a reajuste. Foi um ato legal", afirmou Walter Gomes (PR).

Ele, que mudou posicionamento em relação à lei que autorizou o aumento de 20 para 27 vereadores em 2013, afirmou que nunca viu ser apresentada proposta que diminua o valor de salários.

Na semana passada, depois de campanhas organizadas dentro e fora da internet, Gomes apresentou requerimento propondo a diminuição para 19 cadeiras.

De acordo com Capela Novas (PPS), para que seja apresentada uma nova proposta, seria necessária a realização de audiências públicas.

"É preciso que se faça debates com a população", afirmou. Já o petista Jorge Parada disse considerar remota a possibilidade de os vereadores abrirem nova discussão sobre o assunto.

"Hoje não há espaço para esse tipo de debate", afirmou.

A aprovação do reajuste foi feita às pressas na semana passada, gerando protestos também de entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ribeirão Preto e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Na sessão de anteontem, aproximadamente 80 manifestantes que se reuniram a partir da rede social Facebook não conseguiram entregar um abaixo-assinado à presidência da Casa, que foi rasgado por um assessor do vereador peemedebista Cícero Gomes da Silva.

Além do argumento de que o aumento dado a si próprios é legal, vereadores como Samuel Zanferdini (PMDB) -que não votou- e Bertinho Scandiuzzi (PSDB) disseram ainda não ser possível modificar a lei já aprovada.

Zanferdini, no entanto, assinou requerimento de Gomes para diminuir o número de parlamentares para 19.

Já Gilberto Abreu (PV), pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto, afirmou que não irá apresentar propostas.

Procurado, o presidente da Casa, Cícero Gomes da Silva, não falou com a Folha ontem. Em seu perfil no microblog Twitter o parlamentar afirmou que não houve um aumento, mas uma correção a que todos os trabalhadores têm direito.

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