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Manifestação faz Câmara ter 'sessão-relâmpago'

Sob protesto de grupo contra alta salarial, vereadores encerram trabalhos

Ex-policial, assessor que jogou manifesto no lixo na última terça chega à Câmara escoltado por 4 PMs

Edson Silva/Folhapress
Manifestantes em sessão na noite de ontem na Câmara
Manifestantes em sessão na noite de ontem na Câmara

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Nova manifestação de um grupo que foi à Câmara de Ribeirão Preto protestar contra o aumento de 39,8% nos salários dos vereadores fez a sessão da noite de ontem ser encerrada menos de 50 minutos após ter começado.

Alegando a existência de "baderna", o presidente da Casa, Cícero Gomes da Silva (PMDB), terminou os trabalhos às 18h52, mas os protestos não cessaram.

Os manifestantes -cerca de 80, no total- permaneceram na Câmara depois do anúncio, enquanto os vereadores se reuniram em uma sala separada.

Com faixas e cartazes de protesto, usando apito e nariz de palhaço e trajando roupa preta, como luto, eles vaiaram a aprovação do aumento da semana passada.

Durante a votação, 16 dos 20 vereadores foram favoráveis à medida; três se abstiveram de votar e um faltou. Com a aprovação, o salário subirá para R$ 12,9 mil.

Como aconteceu na última terça-feira, representantes do grupo tentaram entregar um manifesto escrito ao presidente da Casa, mas não conseguiram, porque a sessão foi encerrada antes.

Assim que Cícero deixou o plenário, o público começou a gritar "Cícero, ditador".

Na terça-feira, o grupo não conseguiu entregar a moção porque o assessor parlamentar José Donizete Paixão rasgou o documento e o jogou no lixo. No dia seguinte, à Folha ele disse que não sabia o conteúdo do papel.

Por causa do incidente, Paixão, que é policial militar aposentado, chegou ontem escoltado por quatro PMs.

Segundo Renato Vidal, agente cultural e um dos organizadores do protesto em redes sociais, intitulado "Movimento Panelaço", os manifestantes devem marcar nova reunião para decidir se estarão presentes ou não na sessão da próxima terça.

Dos 20 parlamentares, não participaram da sessão de ontem Waldyr Villela (PSD) e Léo Oliveira (PMDB).

Após o presidente encerrar a sessão, todos saíram pela porta que fica atrás da mesa da presidência e foram embora pelos fundos da Câmara sem dar entrevistas. Após as 20h, sete voltaram para uma sessão solene.

Só André Luiz da Silva (PC do B) -que votou a favor do aumento salarial- conversou com os manifestantes. Ele tentou responder perguntas e justificar o seu voto, mas foi muito vaiado. Após dez minutos, deixou a Câmara.

Dois projetos que estavam na pauta não foram votados, ambos por falta de parecer. Um deles previa o início da operação da Nota Fiscal Ribeirão-pretana para a próximo segunda. O outro instituía abrigo a mulheres vítimas de violência doméstica.

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