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Câmara ouve manifestantes, mas mantém reajuste salarial de 40%

Presidente do Legislativo recebe estudantes e alega que aumento está previsto na legislação

Representantes do Movimento do Panelaço reclamam e dizem que Casa quer 'jogar balde de água fria' no grupo

Eli Zacarias/Divulgação
Presidente da Câmara, Cícero Gomes da Silva recebe os estudantes Jonas Paschoalick (de azul) e Matheus José Vieira
Presidente da Câmara, Cícero Gomes da Silva recebe os estudantes Jonas Paschoalick (de azul) e Matheus José Vieira

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Após dois protestos de estudantes na Câmara de Ribeirão Preto, o presidente do Legislativo local, Cícero Gomes da Silva (PMDB), recebeu ontem dois representantes do movimento, mas afirmou a eles que o aumento salarial de 39,8% para os parlamentares será mantido.

Criado na internet, o Movimento do Panelaço protesta contra a elevação dos salários de R$ 9,2 mil para R$ 12,9 mil e promete voltar hoje à sessão do Legislativo. "É impossível revogar, o reajuste está previsto por lei e [o salário] estava congelado desde 2007", disse Cícero ao grupo.

A reunião informal aconteceu após um pedido feito por um funcionário da Casa aos representantes do movimento Jonas Paschoalick, 30, e Matheus José Vieira, 24.

Eles foram à Câmara protocolar um requerimento, com 68 assinaturas, solicitando o uso da tribuna.

Na semana passada, o movimento tentou duas vezes e não conseguiu entregar ao Legislativo uma moção de repúdio. A Câmara alegou que não recebeu o documento porque ele teria que ter sido protocolado na Casa.

O grupo também foi ignorado pela programação da TV Câmara. Ontem, porém, além de serem recebidos pelo presidente da Casa, os manifestantes gravaram entrevista para o canal oficial.

Apesar da recepção feita por Cícero, o grupo reclamou. "[A Câmara] Quer jogar um balde de água fria no movimento porque é ano de eleição. Nos reunimos, mas o diálogo não foi aberto", afirmou Paschoalick.

Durante a reunião, Cícero afirmou que o requerimento protocolado será analisado pelos líderes dos partidos.

"Não tenho autonomia para decidir, mas a minha posição é democrática", disse.

No encontro, Cícero contou que registrou boletim de ocorrência por supostas ameaças de integrantes do movimento. "Tem gente falando que vai colocar fogo na Câmara. Se eu não denunciar, estarei prevaricando."

PROTESTO APARTIDÁRIO

Sobre pessoas ligadas a partidos políticos -assunto tratado por Cícero-, Paschoalick disse que elas foram convidadas a sair do movimento. Quanto às supostas ameaças, ele disse que foram usadas figuras de linguagem. "Ninguém vai colocar fogo na Câmara. É óbvio que não."

Já Vieira afirmou que o boletim de ocorrência faz com que os integrantes se sintam "acuados".

Ontem, o movimento enviou requerimentos ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pedindo para que os órgãos compareçam na sessão de hoje.

Os representantes buscam ainda apoio de professores de universidades públicas.

Além disso, o grupo, segundo os representantes, ampliou a atuação entre os estudantes da USP Ribeirão.

Ontem, foi criada uma petição pública na internet que pede o cancelamento da lei que aumentou o salário dos vereadores. Até o início da noite, 1.262 pessoas haviam assinado o documento.

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