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Ribeirão confirma 1º caso de raiva de SP

Doença foi encontrada em cão em março; registro é grave pois indica circulação do vírus, que pode chegar a humanos

É a primeira vez em 11 anos que a cidade registra a doença; prefeitura diz que vai intensificar campanha

Márcia Ribeiro/Folhapress
O cão vira-lata Príncipe é vacinado por profissionais do Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão Preto
O cão vira-lata Príncipe é vacinado por profissionais do Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão Preto

ELIDA OLIVEIRA
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Após dois anos sem vacinação contra a raiva -e com baixa adesão na atual campanha-, o Estado de São Paulo já tem o primeiro registro da doença em cães. O caso ocorreu em Ribeirão Preto em março e foi confirmado ontem pela prefeitura.

O registro é grave porque indica que o vírus da doença está circulando e pode chegar aos humanos. No ano passado inteiro, São Paulo teve só um registro de raiva em gato, na capital -não se registrou a doença em cães. Em 2010, foram dois registros em todo o Estado.

Com a confirmação do caso em Ribeirão, as 14 pessoas que conviveram com o cão doente foram encaminhadas para tratamento. O animal foi achado na região da avenida Mogiana, no Parque Industrial Tanquinho. Lá, a vacinação será intensificada.

O cenário é complicado porque, no Estado, das 81 cidades que deverão fazer a campanha neste semestre, ao menos 61 ainda não tinham informado ontem ao governo quando farão a imunização.

"A população está sob risco", disse o epidemiologista e professor da USP em São Paulo Ricardo Dias, referindo-se à indefinição das campanhas nessas cidades.

A imunização contra a raiva está suspensa desde setembro de 2010 após reações à vacina levarem à morte alguns animais no país.

Desde então, só a rede privada fez a imunização. Com a baixa cobertura, a população de cães e gatos ficou mais exposta aos riscos.

A raiva é transmitida por morcegos caçados por cães e gatos, disse Neide Takaoka, do Instituto Pasteur.

A doença pode chegar aos humanos por meio de lambidas, mordidas ou arranhões de animais infectados como vírus.

A raiva transmitida de cão para cão ou de gato para gato, que se espalha mais rapidamente, não ocorre desde 1998, segundo o Pasteur. Essa variante é a mais perigosa porque a taxa de transmissão é maior -cães e gatos convivem mais entre si, por exemplo, do que caçam.

O caso de raiva em cão em Ribeirão foi o primeiro em 11 anos. A doença foi transmitida por um morcego, disse a diretora do departamento de Vigilância em Saúde da cidade, Maria Luiza Santa Maria.

O Instituto Pasteur informou, no entanto, que o laudo do caso ainda não é conclusivo, mas que aponta um forte indício para a doença. Por isso, recomendou precaução à cidade.

No Tanquinho, o trabalho da Prefeitura de Ribeirão começa hoje, com um bloqueio em um raio de 500 metros na região da avenida Mogiana.

A campanha antirrábica continua em outros pontos da cidade.

BAIXA ADESÃO

A cidade iniciou a campanha de vacinação contra a raiva em 12 de março, mas tem baixo índice de procura. Com meta de imunizar 58,4 mil animais, foram só 1.565.

A expectativa era imunizar ao menos o dobro, disse Eliana Collucci, chefe da Divisão de Controle de Zoonoses.

Em Barretos, onde também já há campanha, o cenário não é diferente: foram 9.473 animais vacinados, mas a meta era de 23,1 mil. Pior: a cidade terá só mais um dia de campanha: 14 de abril.

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