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Aos 111 anos, ponte de Euclides da Cunha enfim é restaurada

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Perto de completar 111 anos, a ponte metálica de São José do Rio Pardo (interior paulista), cuja obra foi conduzida pelo escritor e engenheiro Euclides da Cunha, será totalmente restaurada.

Utilizada até hoje como uma das passagens sobre o rio que dá nome à cidade, a ponte foi inaugurada em 1901, após três anos de obras coordenadas pelo escritor.

No período, ele fez "Os Sertões", uma das principais obras da literatura nacional.

A história da estrutura tem início em 1897, quando a construção saiu do papel.

Euclides, engenheiro da Superintendência de Obras Públicas de São Paulo, seria responsável pela fiscalização.

Naquele mesmo ano, porém, o escritor se licenciou para cobrir a guerra de Canudos, no sertão da Bahia, como correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo".

Em janeiro de 1898, a ponte ruiu, 50 dias depois de pronta. Euclides, que já havia retornado da Bahia, sentiu-se culpado e pediu que, dessa vez, pudesse construir a estrutura sobre o rio Pardo, o que levou até maio de 1901.

A barraca de zinco que era usada como escritório pelo engenheiro -onde, segundo historiadores, Euclides escreveu boa parte de "Os Sertões"- segue em pé, protegida num domo, na margem ao lado da ponte.

"O próprio Euclides chegou a dizer que a ponte é a irmã gêmea do livro", afirma o professor de teoria da literatura Márcio José Lauria, 80.

Estreita, apenas uma fileira de carros passa por vez, mas os motoristas se entendem, já que ela opera nos dois sentidos.

A restauração da ponte custará cerca de R$ 2 milhões.

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