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Delegados de cinco seccionais se afastam

DE RIBEIRÃO PRETO

A busca por vagas no Legislativo também atrai delegados. Nas seis seccionais das maiores cidades da região, cinco perderam delegados -só Araraquara manteve o quadro completo.

Os afastamentos foram pedidos até 7 de abril, limite máximo para quem quer concorrer à Câmara, e publicados no "Diário Oficial" do Estado ao longo da última semana.

A debandada nas delegacias, no entanto, pode aumentar, já que aqueles que pretendem concorrer a prefeito ou vice têm ainda mais dois meses para se licenciar.

Em Ribeirão Preto, a seccional perdeu cinco delegados, o maior número da região. Foram quatro que atuam no município e um de Santa Rosa de Viterbo.

Franca, Barretos e São Carlos perderam dois delegados em cada seccional. Sertãozinho registrou uma baixa.

Com o acúmulo de investigações e o deficit de delegados no Estado, essas saídas podem dificultar ainda mais o trabalho de investigação, de acordo com o Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto.

"A falta de pessoal [na Polícia Civil] é gritante e já vem sendo denunciada há muito tempo", disse a presidente do sindicato, Maria Alzira da Silva Correa. "Não somos contra a saída de delegados, mas, em um cenário de deficit, isso torna o quadro ainda pior."

Os delegados que assumiram os postos vagos acumulam as chefias de outras unidades. A maior parte confirma que fica sobrecarregada durante o período. No entanto, poucos falaram abertamente sobre o tema.

Luís Antônio Rodrigues, que atua na Delegacia Seccional de São Carlos, só disse que o afastamento dos delegados é pelo "cumprimento da lei" e que haverá continuidade nas investigações.

"Não podemos prometer soluções, mas prometemos trabalho", falou Rodrigues.

A solução de inquéritos, aliás, é um dos desafios do trabalho na Polícia Civil.

Um mutirão nacional lançado em conjunto por governo federal, Justiça e Ministério Público para concluir 143 mil inquéritos de assassinatos abertos antes de dezembro de 2007 não atingiu a meta. Até dezembro de 2011, só 28 mil, ou 20% do total, haviam sido fechados.

No ano passado, havia um deficit de 217 delegados no Estado, segundo dados do governo, delegacia-geral e associação dos profissionais.

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