Pontal chega a 490 casos de dengue no ano

Única localidade da região de Ribeirão Preto a enfrentar epidemia de dengue neste ano, Pontal apelou à distribuição de picolés em troca de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, e faz campanha em redes sociais para conscientizar a população.

Mas esse esforço não foi suficiente até agora para frear a transmissão de dengue no município.

O número de infectados quase dobrou -de 254, no início de março, para 490, até ontem, segundo a Vigilância Epidemiológica. Há ainda 89 notificações de pessoas com sintomas da doença.

Com esse quadro, Pontal também tem crescimento de 200% nos casos de dengue se comparados os registros do município de todo o ano passado, quando 160 contraíram a doença, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

A situação contrasta até mesmo com a de Ribeirão, que teve duas epidemias seguidas -29.637 casos em 2010 e 20.205, no ano passado-, e que tem 68 registros em 2012.

Com o total de registros da doença, Pontal chega a uma taxa de 121 casos de dengue para cada dez mil habitantes.

O Ministério da Saúde considera epidemia quando a transmissão de dengue atinge taxa de 30 casos para 10 mil habitantes ou 300 por 100 mil. A cidade tem 40.244 habitantes.

O coordenador do Controle de Vetores de Pontal, Anderson Pereira Araújo, disse manter 43 pessoas na vistoria de casas e dos pontos estratégicos, como borracharias e oficinas.

RESISTÊNCIA

Segundo o coordenador, a aposta é na queda da transmissão, mas ele afirmou que o órgão enfrenta problemas como a resistência de moradores à vistoria dos agentes do Controle de Vetores.

Além disso, a cada 10 pontos estratégicos visitados pelos agentes, 9 registram criadouros do mosquito transmissor da dengue.

"Temos insistido com o morador que nega a entrada do agente. Quem mantiver a recusa será acionado judicialmente", afirmou.

No mês de janeiro, um vigia de 57 anos, morador de Pontal, morreu por complicações em decorrência de dengue. Dois meses depois, uma menina de sete anos teve dengue hemorrágica.

Já em Ribeirão Preto, a administração também informou investir em prevenção e inspeção dos imóveis para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença.

"Estamos com baixa transmissão, mas ainda temos casos. Por isso, é importante alertar a população", disse o médico da Vigilância Epidemiológica Cláudio Souza.