Aumento da prostituição no centro preocupa São Carlos

Silva Junior/Folhapress

Praça do Mercado Municipal Antonio Massei, em S. Carlos

O crescimento da prostituição numa área tradicional do comércio no centro de São Carlos, na região conhecida como Baixada, é alvo de preocupação por parte de lojistas e frequentadores do local.

Os comerciantes temem que a presença de prostitutas na região assuste os consumidores. Principal região do comércio de rua da cidade, a Baixada abriga também o mercado municipal.

A preocupação dos comerciantes motivou uma ação da prefeitura em parceria com a polícia, na tentativa de solucionar a questão.

A Folha esteve no local na tarde de ontem e constatou a presença de garotas de programa, inclusive de dia.

Os principais pontos são os extremos da praça do Mercadão, que fica em frente ao principal acesso do centro de compras. A maioria dos lojistas, no entanto, não fala abertamente sobre o assunto.

"A situação é de constrangimento mesmo. Estou aqui [na Baixada] há 20 anos e nunca esse problema foi tão grave assim", disse um comerciante, que pediu para não ser identificado.

Segundo eles, o aumento ocorreu nos últimos cinco meses. Eles não falam, porém, em percentual.

Clientes também relataram constrangimento. Até mulheres, confundidas com prostitutas, disseram já ter sido abordadas por quem procurava garotas de programa.

Os idosos são o principal alvo das mulheres que frequentam a praça em frente ao Mercadão.

Após a abordagem na praça, dizem os comerciantes, o programa ocorre em quartos alugados em imóveis decadentes de ruas como Geminiano Costa e José Bonifácio.

COMBATE

A questão chegou à prefeitura na semana passada, em reunião do Grupo Integrado de Segurança, que reúne representantes de governo, polícias e sociedade.

Segundo o secretário de Governo de São Carlos, João Muller, a prefeitura colocou mais guardas civis na região.

A prostituição não é crime. Portanto, o foco da prefeitura, segundo Muller, são os locais usados para os programas, como pensões.

"Vamos combater pesadamente os comércios que estão alugando ou fornecendo locais para prática do sexo."

A Folha não encontrou locais que alugassem quartos para prostituição na região. As garotas de programa não quiseram falar com a reportagem. Procurada a Polícia Militar não falou sobre o caso.