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Dengue tipo 4 já soma 1/6 dos casos em SP

Quadro preocupa, pois população não está imune a esse sorotipo, reintroduzido no país após 28 anos sem registro

Total de registros da doença caiu no Estado e no país; na região, Barretos e Serrana já confirmaram o tipo 4

Márcia Ribeiro/Folhapress
Dorivaldo Luiz Silva, agente de controle de vetores, vistoria casa na rua Barão de Mauá, na Vila Virgínia, em Ribeirão
Dorivaldo Luiz Silva, agente de controle de vetores, vistoria casa na rua Barão de Mauá, na Vila Virgínia, em Ribeirão

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Um em cada seis casos de dengue confirmados no Estado de São Paulo já é do tipo 4, reintroduzido no Brasil em 2010 depois de quase três décadas sem registro no país.

O dado, da Secretaria de Estado da Saúde, indica que o avanço da doença representa maior risco, já que a população não está imune a esse tipo de vírus, disse Ivo Castelo Branco Coelho, consultor em dengue da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A secretaria não divulgou de onde são os registros, mas na região de Ribeirão, já são ao menos dois casos de tipo 4: um em Serrana e um em Barretos.

No Estado, o sorotipo 4 ressurgiu no ano passado em São José do Rio Preto. Já os registros de 2010 ocorreram na região Norte, em Roraima.

Agora, a dengue do tipo 4 representa 17% dos casos analisados em SP com base em uma amostragem -nem todos os casos são estudados para descobrir qual o tipo.

Ao todo, foram registrados até março 2.580 casos de dengue, sendo 2.253 autóctones e 327 importados. Não há números absolutos por tipo de vírus, de acordo com a pasta.

PREOCUPAÇÃO

"Toda a população do Brasil, de todas as faixas etárias, está suscetível à dengue do tipo 4", disse Coelho.

Segundo o especialista, isso ocorre porque não há imunidade contra o sorotipo 4.

Assim, pode haver mais casos de reincidência.

Em se tratando de dengue, uma segunda contaminação tem mais chances de desenvolver sintomas graves, como a forma hemorrágica, que pode levar o doente à morte.

Para Coelho, o país não está preparado para uma epidemia de dengue do tipo 4.

O coordenador nacional do Programa de Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, também afirma que contaminações sequenciais são preocupantes mas, segundo ele, há diferenças entre as reincidências de dengue conforme o sorotipo.

Quem tiver dengue pela segunda vez e contrair os subtipos 2 ou 3 pode desenvolver sintomas mais graves do que os registrados, até agora, da dengue do tipo 4, disse ele.

QUEDA DA DOENÇA

Giovanini disse, no entanto, que houve redução nos registros gerais de dengue do país em 58,5%.

Apesar do avanço da dengue 4 no Estado, a queda foi ainda maior em São Paulo. A redução, de janeiro a março deste ano, foi de 92,4%.

Em Ribeirão, cidade que viveu epidemias da doença desde 2006, também houve queda nos casos de dengue.

Para Giovanini, a queda pode significar maior esforço das prefeituras em conter o avanço do mosquito Aedes aegypti. Ele diz também que a população está mais imune à doença e está ajudando mais para evitar criadouros.

A falta de chuva na região também contribui com a queda de casos de dengue.

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