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'Rodovia da morte' tem obra improvisada

Com o atraso na recuperação da Faria Lima pelo Estado, prefeitura e fazendeiros se unem e fazem melhorias

Acidente anteontem causou mais uma morte na via entre Barretos e Colômbia; DER diz que obra começa em maio

Edson Silva/Folhapress
Carreta tombada ontem à tarde na Brigadeiro Faria Lima
Carreta tombada ontem à tarde na Brigadeiro Faria Lima

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

O atraso no início de obras do Estado para a recuperação da rodovia Brigadeiro Faria Lima, na região de Barretos, obrigou prefeitura e fazendeiros a se unirem para tentar minimizar o problema.

A Prefeitura de Colômbia diz que precisou se aliar a donos de propriedades rurais para espalhar terra e cascalho em pontos nas margens da estrada para reduzir o desnível do acostamento.

O trecho problemático fica entre Barretos e Colômbia e, de tão perigoso, ganhou o nome de "rodovia da morte".

Acidentes já causaram 22 mortes no ano passado e ao menos mais quatro neste ano -a última na noite de anteontem, quando um caminhão bateu de frente com um carro ao tentar fazer uma ultrapassagem.

A recuperação da rodovia se arrasta desde o ano passado. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informou ontem que a licitação para a obra foi encerrada e que os serviços começam em maio.

A via é um dos acessos ao Estado para quem chega do Centro-Oeste do país e, por isso, o tráfego é pesado, principalmente de caminhões.

A aliança com os fazendeiros foi necessária, diz a superintendente do Meio Ambiente de Colômbia, Maria Inácia Macedo Freitas, porque, com o início da safra de cana, os caminhões não conseguiam entrar na pista em razão dos degraus nas margens.

Ontem, enquanto a reportagem percorria o trecho, encontrou um caminhão tombado à margem da pista. Ninguém se feriu no acidente.

O motorista do veículo, Ezequiel Prestes do Amaral, 34, disse que saiu da rodovia em um momento de "bobeira" e, por causa do degrau, tombou o caminhão carregado de sacolas plásticas.

"Não dá para se conformar com um acostamento com um degrau dessa altura, tem quase meio metro", disse Amaral. Ele faz a rota entre Itararé (SP) e Belém (PA) e passa pela Faria Lima ao menos duas vezes por mês.

QUEIXAS

O desnível é uma das principais queixas, mas não a única. Asfalto irregular e buracos também estão na lista de reclamações dos motoristas.

A superintendente do Meio Ambiente de Colômbia diz que o DER deixou de realizar manutenção na pista por causa das obras de recuperação que estão previstas.

O Estado nega. A reportagem encontrou ontem uma equipe que fazia tapa-buracos perto de Barretos.

Coordenador do Comitê pela Duplicação da Faria Lima, Nilton Vieira disse que, se o prazo dado pelo Estado para início das obras em maio não for cumprido, o grupo planeja uma nova manifestação.

O comitê já fez outros protestos na rodovia Faria Lima, como a colocação de cruzes de madeira ao longo da beira da estrada para chamar a atenção para as condições precárias do trecho.

Colaborou EDSON SILVA

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