Chuva 'veta' demonstrações na Agrishow

	Silva Junior/Folhapress
	Máquinas expostas em rua da Agrishow na tarde de ontem, em Ribeirão; clima não permitiu demonstrações de campo

O primeiro dia da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) foi atrapalhado pela chuva e até a área de "dinâmica" do evento, usada para demonstrações de máquinas, teve funcionamento suspenso ontem. As demonstrações também estão suspensa hoje.

A chuva atrapalhou ainda a chegada dos políticos a Ribeirão Preto. Os que compareceram aproveitaram para fazer a defesa do texto do novo Código Florestal, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados com normas que beneficiaram o agronegócio e incomodaram os ambientalistas.

Logo na abertura, o presidente da Agrishow, o empresário Maurilio Biagi Filho, disse que aprendeu "desde criança" a não reclamar de chuva porque ela faz bem às lavouras -razão da existência da feira que oferece máquinas, equipamentos e tecnologias para a agricultura.

No entanto, ele lamentou: "É claro que essa chuvinha nos atrapalha hoje." Ao final do dia, a organização confirmou que, devido ao tempo, era perceptível o menor número de visitantes nas ruas do local, mas afirmou que a maioria dos estandes registrou movimento positivo.

A organização não informou o número de visitantes do primeiro dia da Agrishow porque disse que não divulga dados parciais da feira. O balanço completo tem divulgação marcada para sexta-feira, último dia do evento.

Devido ao clima, a solenidade de abertura foi iniciada sem a presença de políticos como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), ambos homenageados pelo setor, além do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.

Os três chegaram atrasados por conta da chuva. Ribeiro, por exemplo, veio de avião, mas não pôde pousar no aeroporto Leite Lopes devido ao mau tempo. O avião do ministro teve de pousar em Pirassununga e, de lá, ele viajou de carro até Ribeirão.

Tema que permeou os discursos políticos, o novo Código Florestal foi defendido pelos homenageados.

Rebelo, que era deputado federal no ano passado e foi relator do texto, afirmou: "Não pertencia e não pertenço ao grupo dos ruralistas, mas dediquei o meu relatório aos agricultores". Para ele, "a agricultura sofre um preconceito muito grande por parte da sociedade brasileira".

Kátia Abreu comemorou a aprovação do código, mesmo com a possibilidade de o texto ainda ser vetado pela presidente Dilma Rousseff.

Diferentemente do primeiro dia, que tradicionalmente é marcado pela presença de políticos, hoje as atividades empresariais dominam a feira. A programação vai das 8h às 18h. A expectativa é de melhora no clima.