Índice geral Ribeirão
Ribeirão
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Nova regra entope ruas de São Carlos com entulho

Lixo da construção civil também atrapalha outras cidades do interior de SP

Norma da prefeitura que entrou em vigor nas últimas semanas diz que resíduos não podem ter galhos de árvores

Silva Junior/Folhapress
Caçamba com lixo no bairro Santa Felícia, em São Carlos
Caçamba com lixo no bairro Santa Felícia, em São Carlos

RICHARD SELESTRINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

SILVA JUNIOR
ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

Uma mudança na regra de descarte de materiais recolhidos por caçambas tem deixado entulho espalhado pelas ruas de São Carlos.

É que agora os resíduos da construção civil recolhidos pelas empresas da cidade não podem conter galhos de árvores e outros materiais.

Com a alteração -regulamentada em 2010, mas que só entrou em vigor nas últimas semanas- os caçambeiros ficaram sem ter para onde levar as caixas cheias, que se acumulam em frente a residências e casas em construção, conforme a Folha constatou ontem na cidade.

Aquecido, o setor da construção civil se tornou um dos maiores geradores de resíduos não só em São Carlos. Reportagem publicada pela Folha na última quarta-feira mostrou que o problema também acontece em municípios de pequeno porte do interior de São Paulo, mas por outro motivo: a falta de locais apropriados para a destinação desse lixo.

São os casos de Jardinópolis, Serrana e Barrinha, região de Ribeirão Preto, e Ubarana, Potirendaba e Guapiaçú, cidades próximas a Rio Preto. Lá, os resíduos se acumulam em ruas e calçadas e atrapalham o trânsito.

Em São Carlos, antes da nova regra, o material era levado para uma entulheira, onde a triagem é feita por uma cooperativa. Hoje, a prefeitura recusa o material quando está misturado.

Os locadores de caçambas alegam que prefeitura transferiu para eles uma responsabilidade que não é deles.

"Estou com dez caçambas paradas por não ter para onde mandar os galhos e a madeira", afirma o empresário Fábio Stramantino Rusca.

OUTRO LADO

Segundo o diretor do Departamento de Resíduos Sólidos da Prefeitura de São Carlos, Paulo Shiroma, as mudanças foram divulgadas e a separação antecipada é necessária, pois a mistura impossibilita o descarte.

"Se não houver separação, o material tem que ser enviado a um aterro sanitário pago", disse. A cooperativa só faz a triagem final.

Shiroma disse que vai agendar uma reunião com os caçambeiros. "Vamos ouvir as dificuldades e [verificar] a possibilidade de uma intervenção da prefeitura."

Sobre os galhos, o diretor informou dispor de um triturador, mas disse que o material também não é recebido se estiver com outros detritos.

Segundo ele, São Carlos gera entre 350 e 550 toneladas de resíduos de construção por dia e reaproveita 30% na fabricação de blocos, bancos e mesas para praças.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.