Sem consenso, vereadores mantêm aumento de 60%

Nove dos 13 vereadores de Araraquara propuseram salário de R$ 7.000 para os parlamentares que assumirem em 2013. Outros três defenderam R$ 6.300.

Apesar dessas propostas e das manifestações populares na cidade contra o aumento de 60% nos salários dos parlamentares, a Câmara vai manter o reajuste aprovado em abril, que elevou os rendimentos para R$ 8.000.

A decisão foi tomada pelo presidente da Casa, Aluisio Bras (PMDB), o Boi, após reunião ocorrida ontem a portas fechadas no Legislativo.

Boi, único que não manifestou opinião na reunião, alega que vai manter o salário porque não houve consenso entre eles. De acordo com o peemedebista, os vereadores decidiram que o projeto só seria reapresentado caso houvesse convergência entre os 12 parlamentares.

A decisão ignora os vários protestos do movimento

Reage Araraquara desde a aprovação dos 60%. O grupo reuniu mais de 8.000 assinaturas para dar entrada em um projeto de iniciativa popular contra os salários.

Só que, em Araraquara, assuntos sobre o salário dos vereadores só podem ser propostos pela Mesa Diretora.

"Vamos coletar assinaturas para mostrar a pressão popular e, se preciso, garantir que eles não sejam reeleitos", disse um dos manifestantes Marcelo Lopes.

Com a redução do aumento em R$ 1.000 -caso a proposta de R$ 7.000 fosse acatada por todos-, o município economizaria R$ 800 mil nos quatro anos da legislatura.

LAVAGEM

No início da sessão na tarde de ontem, membros do Reage Araraquara protestaram no plenário. Com mordaças, eles ficaram em silêncio segurando cartazes enquanto a sessão era aberta.

Depois, foram para a frente da sede do Legislativo e, com baldes, água e vassouras, lavaram a escadaria do prédio da Câmara em um ato simbólico de "limpeza". Eles também soltaram rojões.

Em Ribeirão Preto, os protestos de um movimento social deram resultado. Os vereadores desistiram do aumento salarial de 40% -o reajuste acabou em 17%.