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Chineses diversificam atuação no comércio

Antes proprietários de lanchonetes, lojistas asiáticos já dominam mercado de bijuterias e acessórios em Ribeirão

Associação comercial vê 'invasão chinesa'; empresários, porém, falam pouco sobre os seus negócios

Edson Silva/Folhapress
O chinês Wu Chongtao em sua loja de bijuterias e acessórios na São Sebastião, no centro
O chinês Wu Chongtao em sua loja de bijuterias e acessórios na São Sebastião, no centro

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

O novo perfil do comerciante chinês começa a ficar cada vez mais visível em Ribeirão Preto. Antes dedicados a bares, lanchonetes e pastelarias, agora eles dominam lojas especializadas em bijuterias, maquiagens, acessórios e presentes na região central da cidade.

A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) e a Amec (Associação dos Moradores e Empresários do Centro) falam em uma "invasão chinesa". Os órgãos que representam o comércio não têm números oficiais.

A Folha percorreu o calçadão e ruas próximas, que concentram principalmente o comércio popular, e encontrou ao menos oito lojas de bijuterias e presentes comandadas por chineses.

O presidente da Amec, Marcos Ferreira, diz que os lojistas da China também estão se "especializando" em lojas populares de R$ 1,99.

A dificuldade da reportagem foi conseguir falar com os asiáticos. A maior parte dos chineses, principalmente os mais jovens, fala a língua portuguesa, mas eles se negam a dar entrevista.

"É que, dependendo do assunto, torna-se negativo para nós. Tem a questão da segurança também", afirmou Bob Wei, consultor de negócios do Centro de Cultura Chinesa, que tem como objetivo divulgar cultura e arte.

Segundo ele, a saturação do comércio na capital paulista faz com que, pouco a pouco, os chineses migrem para o interior. Campinas e Ribeirão estão entre os municípios mais procurados.

Wu Chongtao, 32, que está no Brasil há quatro anos, se mudou para Ribeirão após ter morado em São Paulo. Há dois meses, ele e um sócio abriram uma loja de bijuterias na rua São Sebastião.

Embora tenham falado com a reportagem, eles também não quiseram fornecer detalhes sobre o negócio.

CLIENTELA

Os preços nessas lojas são o maior atrativo, dizem os consumidores. "Eu só compro [acessórios] aqui, é mais barato", afirma a professora Carla Pardi, 31. Com R$ 20, ela comprou três pares de brincos, duas sombras de maquiagem, pulseiras e lenço.

Sobre a qualidade dos produtos chineses, Higor Sarracini Lima, analista de relações internacionais da Acirp, diz que a situação tem mudado. "Hoje, os produtos que vêm da China têm qualidade. Eles vêm mais barato por causa da produção", afirmou.

De acordo com o Ministério da Justiça, no ano passado foram regularizados 34,6 mil chineses no país.

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