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Com dólar a R$ 2, polo de Franca prevê 'salvar' 2012

Setor calçadista registra queda de 20,8% nas vendas para o exterior neste ano

Valorização da moeda americana faz empresas se animarem; mão de obra é readmitida, diz sindicato das fábricas

Edson Silva/Folhapress
Linha de produção da fábrica Rota Norte, em Franca
Linha de produção da fábrica Rota Norte, em Franca

JOÃO ALBERTO PEDRINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

As sucessivas altas do dólar têm animado o setor de calçados de Franca, principal produtora de sapatos masculinos do país, que vê na cotação da moeda norte-americana a possibilidade de "salvar" as vendas deste ano.

Amargando queda nas exportações em relação a 2011, ano que já foi ruim para o setor, as empresas reclamavam nos últimos anos da valorização do real. Hoje, a maioria dos industriais ouvidos pela Folha considera a atual cotação da moeda norte-americana (R$ 2) ideal.

Dados do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca) apontam que houve queda de 20,8% na venda de pares para outros países em 2012. Foram comercializados 964.588 calçados nos quatro primeiros meses do ano passado, ante 763.926 em igual período deste ano. O faturamento também caiu (15,7%), de US$ 28,38 milhões para US$ 23,92 milhões.

"Isso [valorização do dólar] é bom para quem exporta. Se continuar assim, os resultados podem ser melhores do que em 2011. O ideal é que o dólar esteja entre R$ 2,20 e R$ 2,50, mas no patamar atual é bem vantajoso exportar", disse o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão.

Para o proprietário da Anatomic Gel, José Rosa Jacomete, o atual patamar está ótimo. "Com o dólar a R$ 2, temos condições de negociar a um preço satisfatório com o mercado externo."

Ele disse que sua empresa exportava 50% do que produzia, mas o cenário nebuloso dos últimos anos fez o índice cair para 30%.

O presidente do sindicato disse ainda que, apesar da instabilidade econômica global, é possível prever a recuperação do setor neste ano. "Readmitimos mão de obra, o que mostra que o mercado está respondendo bem a essas incertezas econômicas."

O diretor de marketing da Sândalo, Téti Brigagão, disse que a empresa exporta 20% da sua produção, mas esse percentual poderia chegar a 40% se a cotação do dólar atingisse R$ 2,20.

Um temor do setor é um possível "efeito sanfona" do câmbio. Por isso, as empresas contam com a estabilidade da economia para possibilitar o melhor planejamento das fábricas da cidade.

CAUTELA

Há empresários que estão mais cautelosos. O gerente financeiro da Rafarillo, Nelson Barbosa Júnior, afirmou que, embora a exportação não seja o foco principal da empresa, apostaria na venda para outros países caso o real continuasse valorizado como está. "Mas não temos segurança que isso vá continuar."

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