Salários de Câmara terão reajuste menor

Após pouco mais de um mês de pressão popular contra o aumento de 60% no salário dos vereadores a partir de 2013, a Mesa da Câmara de Araraquara deve apresentar hoje um projeto reduzindo o percentual de reajuste.

O presidente do Legislativo, Aluisio Braz (PMDB), o Boi, disse ontem, após reunião com vereadores e membros do movimento Reage Araraquara, que apresentará hoje um projeto fixando o salário em cerca de R$ 6.900 -38% de aumento.

No mês passado, a Câmara aprovou o aumento da remuneração de R$ 5.000 para R$ 8.000, o que levou à criação do Reage Araraquara.

Há uma semana, o grupo entregou um manifesto ao Legislativo com 11.999 assinaturas contrárias ao aumento de 60% nos salários.

Nas últimas semanas, eles protestaram dentro da Câmara e em frente ao prédio, além de lavar as escadarias em um ato simbólico de "limpeza".

Braz disse que já tem apoio da maioria dos vereadores para a apresentação da nova proposta hoje, mas que ainda busca o consenso.

Isso porque, segundo ele, a bancada do PT ainda não se definiu e estuda a proposta -os petistas defendem um aumento menor, corrigido apenas pela inflação, que daria em torno de R$ 6.300.

No entanto, ainda que não haja apoio da totalidade dos vereadores, a proposta de R$ 6.900 será apresentada para que, segundo Boi, possa iniciar seu trâmite na Casa.

O valor, diz ele, é um "meio termo" entre o que busca o Reage Araraquara e a posição dos vereadores, que haviam aprovado um aumento maior.

"Não é o número que o movimento defende, mas numa guerra assim você não pode vencer totalmente", disse.

Na reunião ocorrida ontem, os líderes do Reage Araraquara defenderam que o salário dos vereadores fosse fixado em cerca de R$ 6.600.

Eles chegaram ao número, segundo Gustavo Marega, um dos responsáveis pelo grupo, após aplicar ao salário atual dos parlamentares o mesmo reajuste dado aos servidores públicos no período.

Apesar de a proposta a ser apresentada hoje ficar acima disso, Marega afirma que o grupo estará satisfeito se o novo valor de R$ 6.900 for aprovado pelos vereadores.

Marega diz que, caso o valor passe pelo plenário, o movimento popular terá conseguido reverter o reajuste de 60% e ainda mostrar que é possível conseguir mudanças por meio da organização.

"Se eles entrarem em acordo nesses R$ 6.900, já é uma vitória. Mesmo a gente não conseguindo alcançar 100% do nosso objetivo, nós mostramos para a sociedade que ela pode ser ouvida através de ações populares."

De acordo com o presidente da Câmara, o projeto a ser apresentado hoje deverá tramitar no Legislativo ao longo da semana para que esteja liberado para votação na sessão da próxima terça-feira.