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Defensoria quer fim de ação da PM contra os moradores de rua

Desde março, 52 andarilhos de Franca foram fichados na delegacia pela contravenção penal de vadiagem

Defensoria Pública diz que ação fere o direito constitucional de ir e vir; PM afirma que está agindo dentro da lei

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

A Defensoria Pública de Franca pediu à Justiça um habeas corpus coletivo em favor de moradores de rua, que têm sido alvos de ação policial por determinação do juiz José Rodrigues Arimatéa, da Vara do Júri e Execuções Criminais.

A ação envolvendo os moradores de rua, de acordo com a Defensoria Pública, teve início há dois meses. Desde então, andarilhos têm sido revistados por policiais e enquadrados na contravenção penal de vadiagem.

Para a Defensoria, no entanto, o enquadramento é inconstitucional porque fere a liberdade de ir e vir.

Levantamento feito pela Delegacia Seccional de Franca, após ofício enviado pela Defensoria, apontou que 52 pessoas já foram detidas nessas ações e assinaram um termo circunstanciado.

As cópias dos documentos foram enviadas ao órgão.

O habeas corpus tem o objetivo de beneficiar os que já foram detidos e impedir que a prática continue.

Até a tarde de ontem, a Defensoria não havia obtido resposta da Justiça.

De acordo com um dos cinco defensores que assinam o pedido, Caio Granduque José, moradores de rua ouvidos pela Defensoria relatam ter havido mudança no tratamento dado a eles por parte da Polícia Militar.

'SEM MOTIVO'

"As pessoas passam por essa situação sem que haja motivo aparente. Simplesmente porque são moradores de rua", afirmou o defensor.

Procurado ontem, o juiz não foi encontrado. Por meio de um funcionário do cartório da vara, o coordenador Douglas Quintanilha, o juiz informou que não iria opinar sobre o assunto por desconhecer o pedido de habeas corpus feito pela Defensoria.

O major Marcelo Trevisan, coordenador operacional da PM, informou que a polícia age de maneira legal e que também desconhecia o pedido de habeas corpus.

De acordo com ele, o objetivo da PM não é o de agir contra os moradores de rua, mas, sim, contra todas as pessoas que estejam cometendo vadiagem no município.

Em Ribeirão, a prefeitura intensificou uma ação com moradores de rua no fim de 2011 para coibir a permanência deles na região central.

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