Especialista diz que faixa etária é base para limites

O limite da exigência de regras universitárias deve ser colocado pela faixa etária dos estudantes, na opinião de Maria Márcia Sigrist Malavasi, docente de pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

"No ensino fundamental, na primeira fase, ainda não se pode exigir, [mas] é possível ensaiar esse tipo de exercício."

Já para as fases seguintes, a docente afirma aprovar a medida, até mesmo como uma forma de preparar o aluno para o ensino superior.

Segundo Malavasi, em paí-ses desenvolvidos, os jovens, além de serem estimulados a ler e frequentar museus, também são orientados a seguir padrões em trabalhos.

"É bom que o Brasil comece a exigir dos alunos aquilo que eles podem dar. Se não, caímos no extremo oposto, de exigir de menos."

Algumas mães ouvidas pela Folha também apoiam a exigência de normas da ABNT ainda no colégio.

A contadora Jéssica Armijo, 45, que é chilena e mora atualmente em São Paulo, vê na prática a diferença escolar entre os países apontada pela docente da Unicamp.

O Chile é tido como um dos países com melhor nível educacional na América Latina.

Ela tem dois filhos, de 10 e 13 anos, no colégio Sérgio Buarque de Holanda.

"A escola no Chile é muito exigente, se comparado a aqui. O fato de ter essa exigência [da ABNT] não me assusta", diz Jéssica.

Em Ribeirão, a secretária da USP Clarice Ferreira do Nascimento, 47, conta ter se surpreendido no começo ao saber que o filho, do nono ano, teria de entregar um trabalho com regras da ABNT.

"Como ele pede para eu imprimir, notei que é semelhante ao padrão que vejo aqui na USP. Mas acho correto, eles já são capazes de incorporar isso."