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Crítica livro

É preciso ter estômago para a leitura de 'Nada Não, Só Câncer'

LUÍS EBLAK
EDITOR DE "FOLHA RIBEIRÃO"

Como relatar as dores, a decadência do corpo, os cheiros ruins de uma doença, o pavor da morte e o infortúnio de um tratamento para lá de incômodo? A resposta do jornalista e escritor Júlio José Chiavenato a tudo isso pode ser resumida a palavras duras e histórias tristes.

Muito tristes, aliás.

Esquerdista assumido, o autor é conhecido pela falta de papas na língua e por ser um exímio contestador. Foi assim com "Genocídio Americano - A Guerra do Paraguai", livro que nos anos 1970 questionou a versão oficial sobre a batalha do século 19 -ironicamente, é hoje contestado pela obra.

Agora, com "Nada Não, Só Câncer", foge dos cuidados do politicamente correto para falar da doença.

Chiavenato enfia literalmente o dedo na ferida para contar histórias de pessoas em tratamento.

A obra nasceu de sua própria experiência. Diagnosticado com câncer de próstata, colheu as histórias nas salas de espera de clínicas e hospitais. Acrescentou pitadas de ficção e descreveu, com raiva, uma realidade crua.

A linguagem é direta, ágil e com muitos palavrões. Expressa esse cenário de angústia e não deixa de ter histórias pornográficas. É preciso estômago para lê-lo.

NADA NÃO, SÓ CÂNCER
AUTOR Júlio José Chiavenato
EDITORA Coruja
QUANTO indefinido
AVALIAÇÃO ótimo

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