Recém-inaugurada, UPA gera reclamações

	Edson Silva/Folhapress
	Pacientes aguardam na entrada da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ribeirão, no início da tarde de ontem

Inaugurada há 13 dias pela prefeita Dárcy Vera (PSD), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ribeirão Preto já tem gerado reclamações de usuários.

Ontem, pacientes ouvidos na unidade de saúde afirmaram que aguardavam por atendimento médico por, no mínimo, duas horas. A Prefeitura de Ribeirão afirma, no entanto, que o tempo médio de espera é de 40 minutos e que a unidade passa por um processo de consolidação (leia texto nesta página).

Mas não foi o que aconteceu com usuários ouvidos pela Folha, como o aposentado Carlos Alberto Juliani, 51.

Ele chegou à UPA acompanhado da irmã depois de sofrer uma queda. Juliani estava com o pulso e o rosto inchados, além de cortes na área interna da boca.

De acordo com a irmã, Rosangela da Costa, 54, ele foi atendido somente depois de esperar três horas. "Não adianta ter estrutura tão bonita se não há médicos suficientes", afirmou.

A reportagem permaneceu na UPA por aproximadamente uma hora e constatou que, no período, só uma médica atendia. Havia 60 pessoas na recepção, entre pacientes e acompanhantes.

Entre as situações relatadas está também a de Ana Ester Gonçalves, 25, que afirmou ter ficado na UPA com dois filhos entre as 13h e as 21h30 no dia seguinte à inauguração da unidade.

Segundo ela, as crianças apresentavam quadro de diarreia e febre. "Houve demora para a medicação de um dos meus filhos porque haviam perdido a ficha dele. Achei um absurdo", disse.

AGLOMERAÇÃO

Usuários também reclamaram que, depois da inauguração da UPA, houve um redirecionamento de pacientes que vão em busca de atendimento nos postos de saúde dos bairros de Ribeirão Preto -o que contraria a própria Secretaria da Saúde.

Juliani foi à UPA após procurar atendimento na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Castelo Branco.

O mesmo aconteceu com Beneur Alves Barbosa, 46. Com irritação nos olhos, procurou uma unidade de saúde do Jardim Juliana.

"Me falaram que eu tinha de vir à UPA. Peguei um ônibus e estou aqui esperando faz três horas", disse.

Edilaine Menezes, 34, passou pela mesma situação: levou o filho, que apresentou dores no corpo, à unidade do Santa Cruz. Lá, segundo ela, foi pedido que procurasse pelo atendimento na UPA.

Em pronunciamentos sobre lotações, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto e a própria prefeita Dárcy Vera (PSD) afirmam que a população deixa oneroso o atendimento nas unidades de bairro, dando preferência às especializadas.