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Pesquisas inovadoras surgiram no campus Composto de medicamento contra pressão alta e tratamento de diabete com células-tronco se destacam na FMRP Só no ano passado, pesquisadores de Ribeirão captaram R$ 64 milhões em agências de fomento DE RIBEIRÃO PRETOQuem sofre de pressão alta pode não saber, mas o composto que resultou no medicamento mais usado para o controle da doença foi descoberto pelo professor e pesquisador Sérgio Ferreira, que chegou à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em 1958 e desenvolveu a pesquisa nos anos seguintes. O método inovador de tratamento da diabetes do tipo 1 a partir do uso de células-tronco foi outro avanço alcançado por pesquisadores da instituição, comandados a partir de 2003 pelo imunologista Júlio César Voltarelli, morto em março deste ano. Desde o surgimento, a instituição formou 4.601 médicos, com inúmeras pesquisas desenvolvidas -só em 2011, por exemplo, foram captados R$ 64 milhões junto a agências de fomento à pesquisa. A história começou a ser escrita quatro anos antes da criação da FMRP, em 1948, quando a demanda por cursos universitários fez com que a USP pensasse em criar unidades no interior do Estado. Jornalistas, advogados e políticos se uniram numa campanha para trazer a unidade para Ribeirão, segundo Rubens Zaidan, autor de "Memórias de Monte Alegre", sobre a história do campus. Na USP, a figura primordial para isso foi Zeferino Vaz, então docente na capital. Ele foi o relator do processo de interiorização da universidade, afirma Zaidan, e responsável por "convencer" colegas a lecionar em Ribeirão. Vieram ainda docentes da Áustria, França, Chile e Argentina, entre outros. "Na época, vir de São Paulo a Ribeirão era aventura, não uma viagem", diz Benedito Carlos Maciel, diretor da faculdade. Em meio à decadência da cidade após a crise do café, a chegada de uma universidade reanimou a população. A lei de criação da faculdade foi publicada em 1951 e, no ano seguinte, a faculdade iniciou as atividades nos porões de uma casa alugada na rua Visconde de Inhaúma, 757, hoje já demolida. INOVAÇÃO De acordo com Maciel, o curso oferecido em Ribeirão Preto foi inovador em dois aspectos principais. Um foi a inclusão de disciplinas que anteriormente não eram estudadas, como a psicologia, para ajudar no diagnóstico de doenças de cunho emocional. Outro foi o regime de dedicação exclusiva dos professores, aliando o ensino à pesquisa. O decreto que institui a dedicação exclusiva em toda a USP só foi publicado em 1966, pelo ex-governador Adhemar de Barros. No entanto, a universidade informou que não é possível afirmar se antes disso outras faculdades também seguiam a norma. Atualmente, os professores podem escolher se vão ou não se dedicar integralmente -98,2% dos 332 de Ribeirão optam pela modalidade. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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