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Brodowski fecha museu para restauro de obras

Pinturas de Candido Portinari sofrem processo em que a tinta se desgarra das paredes

WOLFGANG PISTORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

O acervo de Candido Portinari em Brodowski, sua cidade natal, ficará longe dos olhos do público por tempo indeterminado. O Museu Casa de Portinari fechou as portas na última semana para que obras sejam restauradas.

De acordo com a diretora do museu, Angélica Fabbri, o fechamento era "inevitável" para que as obras do artista não sejam perdidas. A decisão foi tomada pela Secretaria de Estado da Cultura.

O fechamento foi definido depois de um laudo apontar o desgaste em algumas obras expostas no local.

Rachaduras e desgaste na pintura também castigam a pequena residência, que foi lar de Candido Portinari em sua infância e juventude.

Os problemas foram encontrados nas pinturas "São Jorge e o Guerreiro" e "Sagrada Família", que apresentam um processo em que a tinta se desgarra das paredes, chamado delaminação.

CRÍTICOS

A Capela da Nonna, no próprio imóvel, já estava interditada desde o início da última semana. Ela e a recepção do museu são os pontos mais críticos apontados pelo laudo, que foi assinado pelo restaurador Júlio Moraes.

O fato de o pintor de Brodowski "inventar" a tinta que era utilizada em seus trabalhos faz a análise ser ainda mais complexa, de acordo com a diretora do museu.

Além do tempo, a temperatura também aparece como inimiga das pinturas.

Apesar do fechamento temporário do museu, as oficinas regulares promovidas pela organização que administra o local continuam sendo realizadas normalmente.

Além das obras no museu, há uma pintura de Portinari exposta na igreja em frente ao local. A obra solitária pertence à Igreja Católica e continuará disponível para a visita do público, mas sem o auxílio da equipe do museu.

LÍDER

Dados do museu brodow-skiano apontam que no ano passado o local recebeu a visita de 114 mil pessoas, a maioria de fora da cidade.

De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura, o museu do município -de pouco mais de 21 mil habitantes, conforme dados do IBGE

- é o mais visitado em todo o interior de São Paulo.

A casa onde o pintor cresceu foi desapropriada pelo governo do Estado em 1969 -sete anos após a sua morte- e, um ano depois, foi oficializado como museu.

Desde então, passou por diversas restaurações, a última delas em 2004.

"Agora, o cuidado é maior, pois, além da estrutura do prédio, as obras também correm risco e precisam de cuidado", afirma a diretora do museu.

O museu em Brodowski hospeda também, além de obras do artista, três pinturas de amigos de Portinari.

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