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PM descarta base no parque Tom Jobim

Prefeitura constrói base da guarda no local, mas admite que isso não vai resolver o problema da falta de segurança

Moradores afirmam que sofrem com violência no local; Polícia Militar diz que aumentou a ronda

Márcia Ribeiro/Folhapress
Obra de base da guarda no parque Tom Jobim; construção não vai resolver problema da segurança, afirma prefeitura
Obra de base da guarda no parque Tom Jobim; construção não vai resolver problema da segurança, afirma prefeitura

WOLFGANG PISTORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

Apesar de a Prefeitura de Ribeirão Preto estar construindo uma base da Guarda Municipal no parque Tom Jobim, a própria administração admite que a obra não irá solucionar o problema de falta de segurança no local.

Candidata à reeleição, a prefeita Dárcy Vera (PSD) chegou a anunciar num programa de TV o pedido de instalação de uma base da Polícia Militar no parque, mas a PM, consultada pela Folha, descarta essa possibilidade, alegando não ter como manter um contingente fixo no Tom Jobim por enquanto.

Segundo a própria prefeitura, há falta de segurança no Tom Jobim. A Guarda Municipal, diz a administração, cuida apenas da segurança patrimonial do parque. Por isso, precisaria haver a parceria com a Polícia Militar.

Mesmo com a negativa da corporação, a prefeita vai tentar ainda a parceria, oferecendo a base da guarda de apoio.

Apesar de a prefeitura reconhecer o problema da violência no Tom Jobim, o parque é o único sem base da guarda. Os outros três parques municipais -Luiz Carlos Raya, Luiz Roberto Jábali e Maurilio Biagi- já têm bases.

A prefeitura não comentou a razão de a base da guarda no Tom Jobim ser construída só agora, véspera de eleições.

VIOLÊNCIA RECORRENTE

Consultados, os moradores da região do parque, na zona norte -periferia de Ribeirão-, dizem que a violência no local é recorrente.

À noite, ladrões ficam sentados no parque esperando alguém passar próximo para praticar roubos, disse a dona de casa Elisabete Martins.

O estudante Adriano Pinheiro comenta que, para mulheres e pessoas mais velhas, o parque é ainda mais perigoso depois que escurece. Nos últimos dias, porém, ele afirma que tem notado maior presença de policiais depois das 18h.

Já o aposentado Leandro Martins diz que a manutenção do parque melhorou neste ano, embora a questão da segurança continue sendo motivo de preocupação.

O clima de medo não é recente. Em 2010, o adolescente Luiz Augusto dos Santos Júnior, 17, foi morto com um tiro no peito após reagir a um assalto na região. Ele andava de bicicleta pelo local.

A dona de casa Maria Ribeiro diz que evita frequentar o parque, mas que pretende mudar a rotina se alguma coisa mudar no futuro.

RONDA INTENSIFICADA

O coronel da PM Antônio César Cardoso diz que a ronda no bairro já foi intensificada, principalmente à noite.

A PM diz atuar com base nos registros de ocorrências. Dentro do parque, a corporação age quando há esses registros. Fora das grades do Tom Jobim, é feito o policiamento ostensivo pelas ruas.

Não há números específicos de crimes registrados dentro do parque, mas a PM afirma que começou a focar a fiscalização de motociclistas em blitze na região.

"Constatamos que a maioria dos roubos e furtos na área é aplicada por indivíduos em motos", afirmou o tenente da Polícia Militar José Donizete Gomes de Oliveira.

Segundo Oliveira, todo o bairro precisa da PM. "Não há como a gente concentrar policiais só no parque", disse.

Ainda de acordo com a PM, a polícia não tem base em nenhum outro parque.

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