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Gripe A já mata mais que em 2011 em SP

Em 6 meses, Estado já tem mais registros da doença do que no ano passado; Ribeirão teve quatro casos confirmados

Das 11 mortes no Estado, sete foram registradas na região de São José do Rio Preto; vacinação continua

WOLFGANG PISTORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

Em apenas seis meses, o Estado de São Paulo já tem mais casos registrados e mortes provocadas pelo vírus A H1N1 que em todo o ano passado.

As 11 mortes e os 53 casos registrados neste ano no Estado estão longe dos números da pandemia de 2009, quando 578 pessoas morreram após contrair a gripe, mas especialistas ouvidos pela Folha indicam que a situação preocupa justamente porque o inverno, época mais crítica do ano, começou há apenas oito dias.

Das 11 mortes no Estado, sete estão na região norte -duas em São José do Rio Preto e duas, em Mirassol. A capital tem um óbito. A Vigilância Epidemiológica de Rio Preto não comentou.

Em 2011, foram 26 casos e quatro óbitos no Estado.

Para o docente de infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu Carlos Magno Fortaleza, os dados mostram que as autoridades não podem relaxar em campanhas de conscientização. "É necessário tomar esses números como um alarme e aumentar o combate ao vírus", disse.

O período mais preocupante ocorre quando os termômetros apontam as temperaturas mais baixas, tanto que entre janeiro e junho do ano passado não houve óbitos. Todos os quatro casos fatais no Estado ocorreram no segundo semestre de 2011.

VACINAÇÃO

A campanha nacional de vacinação contra a gripe acabou no início do mês, mas algumas cidades têm estoque de vacinas por não terem atingido a meta proposta pela Secretaria da Saúde.

Na região de São José do Rio Preto, por exemplo, 30% do total esperado de grávidas, crianças e idosos - população mais vulnerável - não foi vacinada ainda. Em Rio Preto, quatro casos foram confirmados nesta semana.

"O vírus é mutante e a vacina é atualizada ano a ano. Se parte da população não é imunizada, o vírus tem maior fluência no meio", afirmou o infectologista Valdes Roberto Bolela, do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto.

Em Ribeirão, há vacinas disponíveis. Na cidade, já houve quatro registros do vírus, um a mais do que em 2011.

Segundo o infectologista e diretor do Instituto Emílio Ribas, David Uip, há uma variação natural da doença. "Se compararmos com outros anos, a grande mudança no comportamento ocorreu em 2009 e 2011", disse o médico.

Uip ainda disse que os números não mostram a real presença do vírus.

"Proporcionalmente ao número de infectados, a quantidade de mortes é insignificante, pois 90% das pessoas infectadas não procuram o médico e não entram na estatística", disse.

A Secretaria da Saúde informou que a situação é normal e que o vírus é sazonal.

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