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Custo eleva venda de imóveis na região

Alto valor praticado em Ribeirão Preto faz investidor preferir comprar em cidades como Jardinópolis e Brodowski

Por causa da migração, Jardinópolis baixou decreto vetando o surgimento de novos loteamentos na cidade

Silva Junior/Folhapress
Heloísa e Ricardo Scozzafave em sua casa nova, comprada em Cravinhos por um preço mais baixo que o de Ribeirão
Heloísa e Ricardo Scozzafave em sua casa nova, comprada em Cravinhos por um preço mais baixo que o de Ribeirão

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

O alto valor imobiliário e a perda de características de cidades tipicamente interioranas, como a segurança, estão fazendo com que ribeirão-pretanos se mudem para cidades vizinhas.

Enquanto em Ribeirão Preto o preço do metro quadrado chega a R$ 5.000 na zona sul, área de expansão, nas cidades da região o valor médio de área construída nos bairros mais procurados por moradores de Ribeirão gira em torno de R$ 2.800.

Esse movimento é registrado em cidades como Jardinópolis, Brodowski e Cravinhos.

O êxodo de ribeirão-pretanos para Jardinópolis fez com que o prefeito José Antônio Jacomini (PPS) proibisse, por decreto, novos loteamentos na cidade no ano passado.

"Em cinco anos, o número de loteamentos aumentou 30%, mas não temos infraestrutura para tanto", afirmou o secretário de Obras da cidade, Jorge Saquy Sobrinho.

A liberação de novos loteamentos somente será feita após a construção de uma estação de tratamento de esgoto, no ano que vem.

Na cidade, o valor médio do metro quadrado em terrenos é de R$ 80 -em Ribeirão, o preço é de cerca de R$ 1.500.

Segundo o secretário, há quatro pedidos oficiais de loteamento sem aprovação, todos na vicinal Arthur Costa Curta, que liga Jardinópolis à rodovia Anhanguera, via de acesso para Ribeirão Preto.

Em Jurucê, distrito do município, há ainda outros dois pedidos, também sem aprovação por conta da falta de infraestrutura. Mas, a psicóloga Vanessa Tubeto, 38, encontrou um terreno disponível no bairro Acácias e, depois de pesquisar o preço em Ribeirão, decidiu se mudar para Jurucê.

Ela e o marido tinham R$ 180 mil para investir na construção da casa própria -mas o valor foi insuficiente para erguer o imóvel em Ribeirão.

"Minha casa tem três quartos, área de lazer, garagem para dois carros. Não conseguiríamos construir igual em Ribeirão", afirmou.

Ela disse ainda que fica segura com o fato de o filho brincar na rua onde moram, por não ser movimentada.

Já em Brodowski, 80% dos compradores dos lotes no Parque Residencial Verona são de Ribeirão Preto, segundo a WP Construtora.

A consultora de imóveis Sueli Machado, de Brodowski, confirma a tendência e diz que 90% de seus clientes são ribeirão-pretanos.

Em junho, o dono de uma agência dos Correios se mudou da avenida João Fiúsa, área nobre de Ribeirão, para a pacata Brodowski.

"Essa migração demonstra que Ribeirão não é mais a sede urbana da região", disse José Antônio Lanchoti, arquiteto e urbanista da Secretaria do Planejamento de Ribeirão e morador de Brodowski.

Segundo ele, a qualidade de vida é maior, além de o clima ser mais agradável e de não existir pedágio entre a cidade e Ribeirão.

A migração também ocorre em Cravinhos, especialmente para os novos condomínios no bairro Acácias. O representante comercial Ricardo Scozzafave, 56, construiu há oito meses a casa onde mora no Acácias Village.

"Na época em que construí, a diferença dos gastos que eu teria em Ribeirão chegava a 25%." Hoje, o seu imóvel é avaliado em R$ 700 mil.

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