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Candidatos declaram ter R$ 17 milhões

Valor é a soma do patrimônio dos 23 que disputam o Executivo nas quatro maiores cidades da região de Ribeirão

Declarações revelam aumento patrimonial; Valter Merlos (PSD) teve crescimento de 311% em relação a 2008

JOÃO ALBERTO PEDRINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

A divulgação dos bens declarados pelos candidatos que vão disputar as eleições deste ano revela crescimento patrimonial significativo de alguns deles. São os casos de Valter Merlos, atual vice-prefeito e candidato em Araraquara, e da prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera -ambos são do PSD.

Os dados estão disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com base neles, a Folha levantou os bens dos 23 candidatos a prefeito nos quatro maiores municípios da região -Ribeirão preto, Franca, São Carlos e Araraquara. Juntos, todos os bens valem R$ 17,4 milhões.

Dárcy teve crescimento de patrimônio de 277% em relação a 2008 e de 607%, comparando com 2006.

Valter Merlos vai disputar o Executivo neste ano contra seu aliado de 2008, o atual prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB).

Naquele ano, Merlos declarou um patrimônio de R$ 882.232,05. Agora, quatro anos depois, o montante subiu 311,2%, passando para R$ 3.628.164,59.

A assessoria de Merlos informou que a evolução é fruto do "sucesso nos negócios" do empresário. "A empresa dele [Provac] atua em mais de 160 cidades paulistas e tem contratos com empresas públicas e também privadas. Tem mais de 3.600 funcionários. Essa evolução, obviamente, se justifica", afirma Hamilton Guimarães, coordenador de campanha.

TRANSPARÊNCIA

As declarações sobre os patrimônios dos candidatos passaram a ser divulgadas pela Justiça Eleitoral nas eleições de 2006. Antes, as informações poderiam ser obtidas somente em cada circunscrição eleitoral, fisicamente.

O chefe de cartório da 406ª zona eleitoral de Franca, Marcelo Queiroz Ferreira, diz que a disponibilidade dos dados serve para propiciar o controle do "comportamento dos políticos" em relação à evolução patrimonial.

"É para dar transparência ao processo eleitoral. Assim, todos podem visualizar quanto cada um 'enriqueceu'."

Claudio Weber Abramo, diretor executivo da ONG Transparência Brasil, diz que a intenção da publicação dos bens é permitir que se faça um monitoramento constante para verificar se há "estranheza" na evolução patrimonial dos políticos.

Ele afirma, porém, que a tentativa é frustrada. "Primeiro, porque não se exige que a declaração seja a mesma entregue à Receita. Assim, as informações podem ser diferentes. Segundo: mentir não gera problemas, já que não há punição prevista."

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