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Candidatos fazem propostas 'utópicas'

Dárcy promete distribuição de tablets a todos os alunos, e Gandini quer acabar com todas as favelas de Ribeirão

Já as propostas de Duarte Nogueira são classificadas de genéricas por especialistas consultados pela Folha

Márcia Ribeiro/Folhapress
Vista da Favela das Mangueiras, na Vila Virgínia, em Ribeirão, foco de planos de governo dos candidatos a prefeito
Vista da Favela das Mangueiras, na Vila Virgínia, em Ribeirão, foco de planos de governo dos candidatos a prefeito

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

Entre as propostas que fazem parte dos planos de governo entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelos candidatos a prefeito de Ribeirão Preto, algumas delas são consideradas "utópicas" por especialistas.

A prefeita Dárcy Vera (PSD), que disputa a reeleição, prometeu no plano distribuir tablets a todos os alunos da rede municipal. Já o petista João Gandini disse que quer erradicar todas as 40 favelas -problema histórico da cidade que existe desde a década de 70.

Especialistas ouvidos dizem que as propostas se tornam utópicas quando não há recursos financeiros definidos. "[São utópicas quando] Não se sabe quanto [vai ser gasto] nem como virão [os recursos]", afirmou o cientista político René Bernardes de Souza Júnior.

Gandini, por exemplo, diz que é impossível calcular o investimento necessário para acabar com todas as favelas. Juiz aposentado, o petista é autor do projeto Moradia Legal, que prevê a erradicação e a reurbanização de núcleos de barracos.

O plano de Dárcy é dar tablets para 50 mil alunos da rede. A assessoria diz que não é possível prever quanto as medidas custariam porque "os aparelhos eletrônicos estão, a cada semestre, mais baratos [no mercado]".

Hoje, a prefeita precisaria de cerca de R$ 19,9 milhões para cumprir a promessa -levando em conta o valor de R$ 399 de um aparelho encontrado pela reportagem.

A prefeita também promete distribuir um notebook a cada professor da rede.

"É uma proposta utópica. Mesmo porque a melhora da educação não deve ser material", afirmou Jorge Sanchez, presidente executivo da Amarribo Brasil.

Já Mauro Inácio (PSTU) prevê a regularização das áreas invadidas e ocupadas, irregularmente, por sem-teto.

Mensalmente, a cidade sofre uma média de três invasões em áreas públicas, segundo a Fiscalização-Geral.

Sanchez considerou também como utópica a proposta de Fernando Chiarelli (PT do B), que quer criar cinco escolas técnicas na área da cultura. De acordo com o dirigente, não houve especificação dos recursos.

Já no setor de transportes, Emilson Roveri (PSOL) promete implantar um metrô de superfície, a partir da linha férrea do Ipiranga. Ainda no transporte, Inácio pretende estatizar o setor.

PROPOSTAS GENÉRICAS

Já Duarte Nogueira (PSDB) não apresentou propostas utópicas. Mas os especialistas classificaram os planos do tucano como genéricos, o que foi igualmente criticado por eles. "Propostas genéricas é o mesmo que falta de propostas", disse Sanchez.

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