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Líderes de PSDB e PT no Estado dizem que haverá intervenção

Cúpula tucana paulista afirma que partido não admite apoio interno a candidaturas petistas a prefeito e vice

PT, no entanto, diz que intervenção só vai ocorrer onde houver apoio a tucanos que se declaram antipetistas

DE RIBEIRÃO PRETO

As executivas estaduais do PSDB e do PT vão abrir processos de intervenção em diretórios municipais dos dois partidos em casos de alianças entre tucanos e petistas nas eleições deste ano.

No caso do PSDB, o secretário-geral do partido no Estado, César Gontijo, disse que haverá intervenção em todas as cidades em que tucanos estejam apoiando candidatos petistas a prefeito ou vice.

Já no PT, segundo o presidente estadual da sigla, o deputado Edinho Silva, a intervenção atingirá apenas cidades onde haja apoio a candidatos tucanos que são declaradamente antipetistas.

Uma reunião do diretório estadual do PT amanhã vai avaliar as alianças entre PT e PSDB no Estado.

"Quando está cristalizado que o candidato [do PSDB] é contra o PT, agride o governo Dilma, agrediu o governo Lula, nessas cidades nós vamos fazer intervenção", disse Edinho, que é ex-prefeito de Araraquara (2001-2008).

O PT afirma tolerar alianças com os tucanos nos municípios onde a coligação com o PSDB já vinha de eleições passadas ou em casos nos quais os candidatos do partido rival têm compromissos com bandeiras petistas.

SEM EXCEÇÕES

A direção do PSDB é mais radical. Ela afirma que uma resolução aprovada pela executiva estadual, chancelada pela cúpula nacional, proíbe apoio a candidaturas majoritárias petistas e será seguida à risca. A intervenção tucana deve ocorrer em ao menos quatro cidades do Estado.

"Existe uma determinação partidária que os diretórios têm que cumprir. Não vamos entrar no mérito se o candidato é bom ou ruim, quem define estratégia é o diretório estadual e está definido."

Segundo Gontijo, o processo de intervenção está em andamento em Presidente Prudente, no oeste paulista, onde o PSDB está na coligação que apoia a chapa que tem o candidato a vice pelo PT.

A intervenção também vai atingir cidades como Barra do Turvo, Murutinga do Sul e Paraíso, onde candidatos a prefeito pelo PT têm apoio de tucanos.

O dirigente do PSDB disse que, nos casos em que tucanos têm candidaturas majoritárias e recebem apoio petista, não haverá intervenção.

"Apoio nós queremos de todos. Cobramos dos nossos candidatos postura socialdemocrata. Se o apoio vier do PT, ótimo. Mas não compactuamos com a forma do PT de governar", disse Gontijo.

DESCONFORTO

Em Prudente, o vice-prefeito Marcos Vinha (PT) evitou falar sobre o tema, mostrando desconforto com a situação. "Isso você tem que falar com o partido", afirmou.

Vinha é vice do prefeito Milton Carlos de Mello (PTB), e a dupla busca a reeleição em uma coligação que tem 15 partidos, incluindo o PSDB.

"Eu não tenho nenhum problema com relação aos companheiros do PSDB", afirmou o presidente do diretório do PT em Prudente, Aparecido de Oliveira Camargo.

Já o presidente do PSDB na cidade, Walter Dallari, fez questão de ressaltar que a coligação do partido é com o PTB, que é o cabeça da chapa -para a Justiça Eleitoral, no entanto, o grupo que inclui petistas, tucanos e os outros 13 partidos é um só.

Dallari afirma que a administração do PTB em Prudente já tem parceria com o governo estadual, tucano, e que não há motivo para romper "só porque tem um vice do PT". (LEANDRO MARTINS)

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