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Novo índice é inédito no país, dizem especialistas

Alto custo de equipamento para medir gordura, porém, limita estudo

Melhor caminho é o uso de dois ou mais índices para que o diagnóstico da massa corporal seja o mais preciso, afirmam

DE RIBEIRÃO PRETO

Não há registros de outras universidades brasileiras que tenham elaborado e testado um IMC "tupiniquim" como o da USP, segundo especialistas ouvidos pela Folha.

Eles recomendam, porém, que o ideal é o médico recorrer a mais de um índice ao avaliar um paciente.

Apesar das falhas, o IMC tradicional ainda é um método barato e eficiente para medir riscos de sobrepeso e doenças crônicas, segundo o endocrinologista Márcio Mancini, chefe do grupo de obesidade do HC (Hospital das Clínicas) de São Paulo.

"Esse cálculo da USP dá um refinamento porque introduz na formulação a massa gorda. Mas precisa de um aparelho que envolve um custo a mais e que nem toda clínica pode ter", disse.

Segundo ele, um aparelho confiável não custa menos de R$ 8.000 -a pesquisadora da USP Mirele Grecco diz que os resultados foram semelhantes no modelo mais simples de aparelho (de cerca de R$ 2.000) usado no estudo e no equipamento mais sofisticado do HC de Ribeirão.

Na opinião de Mancini, o ideal é que o profissional utilize dois ou mais índices, inclusive o IMC tradicional.

Para Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), o IMC da USP ajuda a criar mais bancos de dados usando brasileiros, já que os índices mundiais baseiam-se em outros povos.

Porém, ela também diz ver no alto custo do aparelho de impedância bioelétrica uma limitação no estudo, para que ele possa ser aplicado massivamente na população.

Outro ponto, segundo Radominski, é que nem sempre usar a gordura espalhada pelo corpo, como propõe o estudo, pode ser o ideal.

Isso porque, diz, é a localização da gordura, especialmente na cintura e no pescoço, que tem relação direta com a probabilidade de a pessoa desenvolver doenças como diabetes, hipertensão, gota e apneia do sono.

Daí a vantagem, segundo ela, de cálculos como o do índice cintura-altura.

(JULIANA COISSI)

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