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Grupo busca histórias 'secretas' da ditadura

Historiadores e universitários de Franca estudam casos na região

Para professor da UFSCar, iniciativas como a de Franca são positivas, mas precisam ter imparcialidade

DE RIBEIRÃO PRETO

Casos como o da madre Maurina Borges da Silveira e o da enfermeira Áurea Moretti -uma das principais líderes da Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional), presa em outubro de 1969 e torturada na prisão- tiveram grande repercussão.

Mas não foram as únicas violações aos direitos humanos ocorridas na região de Ribeirão Preto na época do regime militar (1964-1985).

Para identificar outras histórias, sejam de ex-resistentes ou ex-militares, um grupo de historiadores e universitários montou, em Franca, um coletivo político que promete investigar casos desconhecidos da região.

A missão do Coletivo Político "Áurea Moretti" não é fazer um trabalho "inquisitório", mas de documentação dos casos, disse um dos membros do grupo, o professor de história Pedro Russo.

A ideia, de acordo com ele, é produzir um livro com as informações levantadas.

O foco será regional e o trabalho respeitará a vontade das pessoas de falar sobre o assunto, afirmou. "Tem gente que quer esquecer o assunto, que a família nem sabe".

Outro objetivo do coletivo é ajudar a Comissão da Verdade com dados e até auxiliar ex-perseguidos políticos que eventualmente não tenham sido anistiados a obter o pedido de perdão do Estado.

IMPARCIAL

Para o historiador e professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antonio Villa, iniciativas como a do grupo organizado em Franca são positivas, mas precisam ter imparcialidade.

"O equilíbrio é fundamental. Tem de ouvir todos que queiram falar, não pode fazer julgamentos e, obviamente, tem de dar divulgação a tudo que for levantado", afirmou.

Ainda segundo ele, iniciativas regionais de investigar o período são "um dedo na ferida", porque "muitas pessoas se valeram de qualquer pequeno poder que tinham para perseguir adversários [que não necessariamente tinha ligações com guerrilheiros]".

(ARARIPE CASTILHO)

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