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PROBLEMAS DA CIDADE

Furtos e roubos de veículos crescem 210%

Em 10 anos, Ribeirão ainda viu total de furtos subir 15%; região de Campos Elíseos lidera em homicídios desde 2011

Candidatos propõem ampliar efetivos e total de câmeras, além de adotar o bico oficial de policiais no município

GABRIELA YAMADA
JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

A omissão da administração municipal na segurança pública contribuiu para a explosão das estatísticas de violência em Ribeirão Preto nos últimos dez anos.

É o que afirmam especialistas em relação ao período em que a cidade foi administrada por PT, com Antonio Palocci e Gilberto Maggioni (2001-04), PSDB, com Welson Gasparini (2005-08) e PSD, com Dárcy Vera (desde 2009).

Candidatos dos três partidos -Dárcy (PSD), Duarte Nogueira (PSDB) e João Gandini (PT)- são os três primeiros na disputa eleitoral em 2012.

Dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública apontam que não houve redução de índices de criminalidade nos últimos dez anos. Em 2001, a cidade teve 1.225 furtos e roubos de veículos. Em 2011 o número saltou para 3.805 (210% a mais). Furtos também subiram, de 9.957 para 11.460 -15%.

Segundo Ricardo Balestreri, ex-secretário nacional de Segurança Pública e pesquisador da Universidade Estácio de Sá, o problema está na falta de gestão inteligente e integrada, baseada na articulação com Estado e União.

Além disso, falta investimento em tecnologia, como o monitoramento de ruas e avenidas com câmeras.

O empresário Waldomiro Sandrin, 84, enfrenta com criatividade os assaltantes em sua relojoaria, na avenida Saudade, nos Campos Elíseos -região com o maior número de homicídios dolosos (17) e furtos e roubos (4.869) desde julho de 2011.

Ele decidiu instalar uma mureta de concreto em frente à loja após bandidos invadiram o local com um carro, quebrando a fachada. O prejuízo foi de R$ 600 mil.

Jair Grellet Filho, presidente da Associação dos Moradores e Benfeitores dos Campos Elíseos, disse que desde a gestão anterior moradores e lojistas pedem que seja ampliado para o local o programa Olhos de Águia, que tem 14 câmeras no centro.

A ampliação foi aprovada pela Câmara em 2011, mas até o momento nada foi feito.

A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), parceira do projeto no centro, informou que não fará parte da gestão das câmeras nos Campos Elíseos.

A região, com 30 bairros e 93,4 mil habitantes, também enfrenta a presença de usuários de drogas em locais abandonados, como o galpão da Cianê, em plena luz do dia.

Landra e Roberto Pereira, donos de uma loja na praça Santo Antônio, instalaram um portão no local, pois moradores de rua e usuários de drogas passaram a dormir na frente do comércio.

Para Nelson Gonçalves de Souza, professor de segurança pública da UCB (Universidade Católica de Brasília), a resistência em adotar medidas de segurança passa por questões comerciais.

"Sabemos que a redução de horário em bares, por exemplo, contribui para evitar diversos problemas. Mas o poder do capital opera contra a solução", afirmou.

NA INTERNET
Observatório sobre tecnologia e segurança é lançado
folha.com/no1146934

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