Quase dois meses após demitir 113, Passaredo não pagou rescisões

Passados 52 dias da demissão de 113 funcionários, a Passaredo Linhas Aéreas, de Ribeirão Preto, ainda não pagou a rescisão contratual de todos os ex-empregados.

Funcionários demitidos, que preferiram não se identificar, disseram à Folha que pelo menos 40 pessoas que trabalhavam na área de manutenção estão sem receber.

O problema ocorre após a Passaredo ter anunciado, em maio, investimento de US$ 450 milhões na compra de 20 novas aeronaves.

Por meio da assessoria de imprensa, a empresa confirmou a falta de pagamento, sem especificar a quantidade de funcionários afetados, mas disse que irá acertar todas as pendências até o final deste mês (leia texto abaixo).

A demissão aconteceu no dia 13 de julho e, na ocasião, a empresa alegou que os cortes foram decorrentes da suspensão dos voos em Porto Alegre (RS), Cascavel (PR), Curitiba (PR) e Londrina (PR).

A Passaredo informou ainda que há a previsão de que 90% dos demitidos sejam recontratados, pois os voos em dois desses municípios serão retomados em novembro.

Um dos ex-funcionários disse que, após o vencimento do aviso prévio, procurou a companhia aérea semanalmente para buscar informações sobre o pagamento.

Segundo ele, a empresa sempre informa que "na próxima sexta-feira" o acerto será feito, o que nunca ocorreu.

Outro ex-funcionário afirmou que, se a rescisão não for paga até amanhã, irá acionar a empresa na Justiça.

A Delegacia Regional do Trabalho em Ribeirão informou -sem precisar o número- que algumas das homologações dos cortes de julho não foram feitas porque a empresa não forneceu toda a documentação necessária.

Embora a homologação das demissões não necessite de aval do Saesp (Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo), a entidade acompanha o caso.