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Alunos de medicina da UFSCar têm de viajar 253 km para fazer estágio

Situação ocorre quando estudantes do curso vão para hospital em Diadema, na Grande São Paulo

Hospital-escola de São Carlos ainda não foi concluído; UFSCar diz que negocia novos convênios na região

Márcia Ribeiro/Folhapress
Hospital-escola de São Carlos, cujas obras ainda não foram concluídas
Hospital-escola de São Carlos, cujas obras ainda não foram concluídas

JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

Estudantes de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) estão promovendo uma série de manifestações para reivindicar melhorias nas condições de infraestrutura do curso.

Uma das principais reclamações é em relação ao internato (estágio hospitalar obrigatório) que está sendo realizado em outras cidades.

Sem unidades de saúde suficientes em São Carlos para atender a demanda de aulas práticas do curso, alguns universitários têm que viajar até 253 km quando vão a Diadema para fazer aulas práticas.

As viagens para outros municípios ocorrem desde 2010, quando a diretoria da UFSCar negociou uma parceria com a reitoria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para a realização de estágios no hospital que presta serviços para a instituição.

Uma parte do estágio ocorre em 14 unidades de saúde da família de São Carlos, na Santa Casa local e em uma ala do hospital-escola da cidade. O restante acontece em outros municípios.

Além de Diadema, os universitários fazem internato ainda em Bauru (149 km de São Carlos) e Limeira (83 km).

A UFSCar reconhece o problema, diz que está negociando convênios com unidades de outras cidades, mas afirma que só 40 dos 245 alunos de medicina fazem estágio fora do município.

Já a prefeitura, responsável pelo hospital-escola, informa que vai abrir mais vagas para internato, depois da inauguração de novas unidades (leia texto nesta página).

Raphael Battisti, 23, aluno do quarto ano e um dos coordenadores do Centro Acadêmico Sérgio Arouca, diz que o ideal é fazer estágios próximos à universidade.

Os estudantes reivindicam a conclusão das obras do hospital-escola, que, segundo a prefeitura, terá capacidade para absorver todos os estudantes de medicina.

PROTESTOS

Na última quinta-feira, cerca de 150 alunos fizeram uma manifestação em frente à reitoria da universidade.

Eles prometem novas ações de protesto, como afirma David Buivan, 25, que cursa o segundo ano e também é um dos coordenadores do centro acadêmico.

"Haverá outras manifestações. Como um aluno pode fazer estágio a mais de 250 km do local onde estuda? É um absurdo", diz ele.

Battisti também pede que haja ampliação das unidades de saúde destinadas aos estágios em São Carlos. "Daqui a pouco não tem mais lugar para fazer estágio."

Ele acrescenta que os universitários pedem ainda a contratação de mais professores, para evitar sobrecarga de trabalho no curso.

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