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Tucano, presidente da Assembleia apoia adversário do PSDB

Deputado Barros Munhoz faz campanha em Ituverava para candidato que concorre contra seu próprio partido

Direção do PSDB no município encaminhou representação contra o parlamentar; Executiva Estadual avalia o caso

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Barros Munhoz está fazendo campanha para um candidato que é adversário do PSDB, partido do parlamentar.

O caso ocorre em Ituverava, onde Munhoz apoia a candidatura a prefeito de Walter Gama Terra Junior (PR), que disputa o cargo com a tucana Adriana Lima Machado.

A decisão do deputado contraria dois documentos do PSDB. Primeiro, o próprio estatuto da sigla, que define como dever do filiado "apoiar e empenhar-se nas campanhas dos candidatos do partido".

O outro documento, ainda mais direcionado, foi elaborado pela direção do PSDB paulista para a campanha.

Com o título de "Carta de Fidelidade Partidária", o texto do diretório prega a unidade e o compromisso partidário, sob pena de processo no conselho de ética da sigla.

Nesse mesmo documento, a direção do partido diz que "a fidelidade partidária é mais que uma exigência legal, é uma postura do PSDB".

Para Munhoz, no entanto, seu posicionamento na eleição de Ituverava se justifica porque seus contatos políticos "suplantam" os vínculos partidários (leia abaixo).

Em apoio a Gama Terra, Munhoz gravou declarações usadas pelo candidato na propaganda no rádio.

QUEIXA

Por isso, a direção tucana de Ituverava encaminhou ao Diretório Estadual do Partido representação contra Munhoz. "Como pode um deputado do PSDB declarar apoio a um candidato que é adversário do partido?", questiona José Paulo Jacovassi, presidente do partido na cidade.

O presidente do PSDB no Estado, deputado estadual Pedro Tobias, diz que já recebeu o documento, mas que ainda não teve acesso à gravação na qual Munhoz declara apoio a Gama Terra.

Tobias afirmou que, se ficar comprovado que o presidente da Assembleia apoia um adversário do PSDB -o que o próprio Munhoz confirmou à Folha-, o caso será enviado para análise do conselho de ética da sigla.

"É errado, não pode", afirmou Tobias. O estatuto do PSDB prevê, como medidas disciplinares contra os filiados, advertência, suspensão ou, em casos mais graves, até expulsão do partido.

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