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Aceitaria, sim, o apoio do PT, diz o tucano Nogueira

Candidato a prefeito de Ribeirão Preto participou de sabatina Folha/UOL

Deputado afirma que uma aliança com rivais históricos seria gesto de 'humildade' e 'sintonia com a democracia'

Edson Silva/Folhapress
O candidato a prefeito Duarte Nogueira é sabatinado por jornalistas da Folha e do UOL no teatro Santarosa, em Ribeirão
O candidato a prefeito Duarte Nogueira é sabatinado por jornalistas da Folha e do UOL no teatro Santarosa, em Ribeirão

DE RIBEIRÃO PRETO

O candidato do PSDB à Prefeitura de Ribeirão Preto, Antonio Duarte Nogueira Junior, afirmou ontem na sabatina Folha/UOL que buscará apoio de candidatos derrotados no primeiro turno, incluindo o do PT, caso avance nas eleições em 7 de outubro.

"Aceitaria o apoio sim [do PT]. É uma questão de interesse de Ribeirão Preto. Se o PT não for e entender que eu sou o melhor para Ribeirão, será muito bem-vindo. É da democracia", afirmou ele.

O PT tem na cidade o ex-juiz João Gandini como candidato (leia texto abaixo).
A Folha convidou Nogueira e Dárcy Vera (PSD) -líderes nas pesquisas locais- para participar de duas sabatinas. Só o tucano aceitou.

A prefeita alegou falta de agenda -mesmo o jornal tendo oferecido duas datas diferentes para sua participação.

Aliança com o PT
Questionado sobre como explicar à população da cidade um eventual acordo PSDB-PT, que contraria inclusive as orientações de seu partido, Nogueira disse que o eleitor "vai ter essa compreensão".
"Procuraria o PT. Se eu for para o segundo turno, vou procurar os candidatos que não forem, para consultá-los se [vão] me apoiar. É um gesto de humildade e de total sintonia com a democracia".
Nogueira disse ainda que, se não for ao segundo turno, poderia apoiar Gandini, e citou a disputa paulistana em 2000, quando o ex-governador Mário Covas (PSDB) se aliou à petista Marta Suplicy na disputa do segundo turno contra Paulo Maluf (PP).

Minoria na Câmara
O tucano afirmou apostar no "apoio da sociedade" e no diálogo com a Câmara de Vereadores para superar uma maioria de oposicionistas a ele que pode ser eleita.
"Fiz algumas opções conceituais dentro da minha aliança. Não negociamos cargos nem fizemos acordos prévios para autarquias e secretarias", disse o candidato, ao criticar a prefeita Dárcy Vera (PSD), que busca a reeleição com 16 partidos aliados.

Nota para Dárcy
Questionado sobre qual nota daria à administração da prefeita Dárcy, que está à frente nas pesquisas, o tucano se esquivou e disse que "quem dá nota é o eleitor", completando: "Como candidato, meu papel é apresentar propostas e, de forma democrática, fazer as críticas aos pontos que não concordo".
"A cidade perdeu capacidade de investimento, tem obras do governo do federal, como as de combate às enchentes, do Minha Casa, Minha Vida, [...] e do governo do Estado. Onde estão as obras da prefeitura? [...] A periferia está do mesmo jeito que estava nas décadas de 80 e 90."

Serra x Aécio
Sobre questões internas do partido, envolvendo o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra, Nogueira disse que todos os partidos têm suas disputas.
"Há sempre aspirações de um e de outro, ainda mais quando envolve disputas majoritárias, importantes, como a Presidência da República. Mas na eleição de 2010, o Aécio, em Minas, se empenhou pessoalmente na disputa eleitoral [de Serra]."

Terceirizados
Ao ser questionado sobre o que faria com centenas de cargos comissionados do município, deu a entender que, em princípio, não vê problemas nessa parcela do serviço público. "Precisam ser vistos, sim, os terceirizados, não os servidores", disse.
"O município tem 7.500 funcionários públicos, cerca de 250 comissionados, mas um volume enorme de terceirizados [...]. O que puder evitar de despesas, vou evitar."

Empresas públicas
Sobre o destino de órgãos da prefeitura como Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte de Ribeirão Preto), Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico) e Daerp (Departamento de Água e Esgoto), o tucano repetiu: "não vou extinguir nem privatizar".
O candidato afirmou que pretende dar às autarquias "condições" para realizarem seus trabalhos. "O Daerp é controlado por um partido e precisa de investimentos."

CDHU
Tirado da gerência da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) em janeiro por atribuir a "moradores de favela" problemas em casas populares do Estado, Milton Vieira de Souza Leite faz hoje campanha para Nogueira.
"Você não pode crucificar as pessoas de maneira sumária, sem também reconhecer que elas [erram], como ele próprio [Leite] reconheceu o erro que fez", disse.

Motorista
Flagrado em reportagem da Folha no ano passado usando funcionário público como motorista para os filhos, ele disse ontem que "o episódio está superado" e que não houve "prejuízo ao erário".
"Recebi representação de um dos candidatos a prefeito [Fernando Chiarelli, do PT do B] e o Ministério Público Federal já arquivou."

Assista à sabatina em Ribeirão Preto no site
folha.com/no1151689

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