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Área ainda cheira a gasolina em Mogi

Há dois anos, vazamento de duto da Petrobras atingiu cerca de 30 moradores de zona rural da cidade paulista

Prefeitura, Cetesb e Petrobras dizem fazer todo o necessário, versão contestada pelos moradores

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A MOGI DAS CRUZES

Dependendo da direção do vento, dá para sentir o cheiro de gasolina. A centenas de metros de onde o duto da Petrobras se rompeu, também é possível retirar um punhado de solo do chão e, claramente, sentir a presença de um forte odor de combustível.

São quase dois anos, mas o descaso com cerca de 30 moradores da zona rural de Mogi das Cruzes, em São Paulo, faz com que essas pessoas possam estar seriamente ameaçadas pela contaminação que existe no local.

"Não temos água encanada. Durante todo esse tempo estamos usando água de poço do lençol freático", conta o aposentado e morador da região José Pedro Machado.

Ele mora em uma casa que está a 200 metros de onde um chafariz de gasolina jorrou por seis horas no dia 22 de setembro de 2010. Uma cachoeira de combustível atravessou a região em direção ao rio Tietê, que está a menos de 600 metros dali.

PLANTAÇÃO

Todos, na região conhecida como estrada do Rio Abaixo, usam o solo para plantar verduras e legumes.

Por causa do rompimento do duto, uma casa da região teve que ser desocupada. Até hoje, a família não voltou para o local. O casal e seus dois filhos vivem de aluguel, pago pela prefeitura, em outro bairro da cidade.

"Não temos garantia nenhuma de até quando teremos a ajuda", diz Rosiléia dos Santos, moradora da casa que teve de ser abandonada.

Prefeitura, Cetesb (agência ambiental paulista) e Petrobras dizem que fazem todo o necessário, versão contestada pelos moradores.

Conforme Machado, os trabalhos se seguiram por poucos meses após o acidente. Por um ano, nenhum trabalhador atuou lá. O trabalho só reiniciou neste ano, depois que ele reclamou para a Petrobras.

Ainda assim, a dúvida sobre a contaminação da água não foi esclarecida.

OUTRO LADO

A Transpetro, subsidiária da Petrobras, que foi multada pelo vazamento de 180 mil litros de gasolina, disse que não teve responsabilidade pelo acidente e que, mesmo assim, tem cumprido as exigências ambientais.

Já a Cetesb, disse que a região foi monitorada na época do acidente e que, hoje, a área crítica está cercada.

A companhia admitiu que o vazamento gerou um grande impacto na região e que a área também vai precisar passar por um processo de remediação, por ainda ser considerada contaminada.

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