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Comoção e reza marcam fim de sequestro

Filha de 15 anos de fazendeiro de Cássia (MG) ficou 30 horas em poder de criminosos; polícia procura suspeitos

Católicos organizaram vigília pelo retorno da menina; cidade nunca havia tido um sequestro antes, diz Polícia Civil

JULIANA COISSI
ENVIADA ESPECIAL A CÁSSIA (MG)

Uma vigília de fiéis em oração atravessou a madrugada de terça para quarta-feira desta semana numa paróquia de Cássia, cidade mineira próxima a Franca.

Ao contrário das outras vezes, não era uma oração para celebrar um festa religiosa, como a Páscoa, ou para um religioso doente.

A cidade rezava pelo retorno de uma adolescente de 15 anos, filha de um fazendeiro que ficou 30 horas sob o poder de sequestradores.

Cássia, de 17,4 mil habitantes, nunca havia registrado um sequestro, segundo informações da própria Polícia Civil do município.

O crime mobilizou policiais paulistas e também da corporação de Belo Horizonte. Mas, até o início da noite de ontem, nenhum suspeito havia sido preso.

As horas de agonia da família Campos começaram na manhã da última terça-feira. A mãe da adolescente saía com a filha para levá-la à escola quando foram rendidas por homens armados e encapuzados. Apesar dos gritos da mãe, a garota foi levada pelos sequestradores. Um bilhete escrito por eles exigia o pagamento de R$ 1 milhão.

A partir daí, seguiram-se 30 horas sem notícias da menina. O padre Sandro Henrique Almeida dos Santos visitou a família para dar apoio espiritual. "Várias pessoas se revezaram em oração na igreja. Nunca tinha visto uma movimentação para orações assim, com essa intensidade."

Amigos usaram o Facebook para espalhar fotos da menina atrás de informações.

Segundo a polícia, a garota contou que ficou a maior parte do tempo vendada. Depois, foi abandonada pelos sequestradores amarrada com fita adesiva a uma árvore, perto de Patrocínio Paulista.

A polícia ainda investiga o que ocorreu, mas desconfia que os bandidos desistiram da ação por algum motivo.

FESTA NA VOLTA

Mesmo presa, a garota conseguiu se soltar e ligou para o pai. A polícia, então, foi acionada para buscá-la.

Quando voltou para casa, na quarta de manhã, ela foi recebida por familiares e amigos da escola com cartazes, bexigas e flores.

Ontem, quando a Folha esteve em Cássia, a família não quis conversar pessoalmente com a reportagem. Por telefone, a mãe contou que nenhum familiar ainda havia conseguido dormir direito.

"Ficamos comovidos com as homenagens e orações, só agradecemos." Na quarta, a cidade celebrou o retorno de Clara com uma missa.

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