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Ribeirão lidera gasto com pessoal, diz USP

Estudo da FEA-RP mostra que o gasto com folha de pagamento supera o de quatro municípios de mesmo porte

Funcionalismo usa 56% da receita de Ribeirão, que tem investimento per capita mais baixo, conforme pesquisa

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) que avaliou as finanças da Prefeitura de Ribeirão Preto constatou que a administração local gasta mais com funcionalismo que outros quatro municípios do mesmo porte.

Já o investimento próprio do governo local -aplicação de verba em novas obras e programas- por habitante é até 50% menor em relação às demais localidades.

O levantamento foi realizado pelo professor Sérgio Sakurai, pesquisador de finanças públicas da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto).

A comparação foi feita com Osasco, São José dos Campos, Santo André e Sorocaba, que também têm cerca de 600 mil habitantes. Foram utilizados dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

De acordo com o pesquisador, Ribeirão gastou em 2011 56% das suas receitas correntes com funcionalismo público -não inclui terceirizados.

Em São José dos Campos, o gasto com pessoal consumiu 33% do Orçamento de cerca de R$ 1,5 bilhão.

Já o investimento público municipal per capita de Ribeirão Preto, segundo o mesmo levantamento, é o menor entre as cidades pesquisadas.

No ano passado, a prefeitura aplicou o equivalente a R$ 165 por habitante em novas ações de governo. No extremo oposto, em Sorocaba, o investimento foi de aproximadamente R$ 390.

Para Sakurai, em tese, nem sempre o alto gasto com pessoal tem relação direta com o baixo investimento, "mas se o cobertor é curto, a primeira despesa que geralmente é cortada são investimentos".

Ele afirmou que o problema não é uma exclusividade local, e apontou alternativas.

"Não é só em Ribeirão. Muitas cidades têm orçamentos restritos para investimentos, principalmente quando se trata de transferência de verbas carimbadas."

"Por isso, é preciso estimular o uso de novas fontes de recursos, como BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], instituições internacionais ou até mesmo parcerias com a iniciativa privada", afirmou.

Já o professor de administração pública da Unesp de Araraquara (Universidade Estadual Paulista), Alvaro Martim Guedes, afirmou que os números de receita, gastos com pessoal e investimento próprio possibilitam somente uma "constatação" sobre as finanças.

Guedes concorda com Sakurai quanto à inexistência de relação direta, de causa e consequência, entre o gasto com funcionalismo e a capacidade do município de aplicar verba em novas obras.

"Determinada cidade pode ter uma rede de creches muito eficiente e, por isso, o gasto com funcionários é grande e tem-se menos dinheiro para investimentos."

Procurada para comentar o assunto, a Prefeitura de Ribeirão não se manifestou.

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