Outro lado

Dívida se refere a gestões anteriores, afirma síndica

Vera de Lurdes Ferreira, síndica do Jardim das Pedras, maior condomínio de Ribeirão Preto, diz que a "culpa" de a dívida ter chegado a

R$ 2,3 milhões em março de 2010 é de pessoas que administraram o residencial antes da sua gestão.

"Ao longo de 30 anos, alguns síndicos deixaram de repassar o dinheiro da água ao Daerp. A dívida foi aumentando e agora é impagável. Não temos condições de quitar esse débito. Por isso, pedi para inscrever como dívida ativa, para a Justiça decidir o que fazer", afirmou.

A reportagem pediu para que a síndica revelasse os nomes dos síndicos que antecederam à gestão de Vera para que a Folha pudesse ouvi-los, mas ela não quis citá-los.

Ela não soube precisar os períodos exatos em que não houve pagamento ao Daerp, mas afirmou à reportagem, em entrevista gravada, que os moradores do condomínio pagavam a conta de água devidamente.

"Muitas pessoas pagaram a água. Se houver uma renegociação da dívida, agora, elas vão pagar duas vezes. Quando a execução da dívida estiver na Justiça, vamos mostrar os comprovantes."

A síndica afirma também que foi um equívoco do Daerp permitir que a dívida atingisse um valor tão alto.

Ela disse ainda que, em março de 2010, quando houve a inscrição da dívida ativa pelo Daerp, sugeriu que o valor de R$ 2,3 milhões fosse pago em 200 parcelas, mas a proposta não foi aceita pelo órgão.

A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura para questionar em quais condições um débito é inscrito em dívida ativa. Perguntou, ainda, qual é o total de débitos que o Daerp possui e qual era a situação da dívida do condomínio Jardim das Pedras, mas não houve resposta.

Em nota, o município alegou: "Essas informações dizem respeito apenas ao usuá-rio em sua relação de consumidor com a empresa".