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Promessas 'vazias' marcam 2º turno, dizem especialistas

Candidatos de Ribeirão têm prometido muitas obras sem especificar verbas

Dárcy e Nogueira garantem, porém, que projetos terão apoio dos governos federal e do Estado de São Paulo

A prefeita Dárcy Vera e Duarte Nogueira na última quinta
A prefeita Dárcy Vera e Duarte Nogueira na última quinta

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

O segundo turno das eleições em Ribeirão Preto entra na reta final nesta semana com um cenário de dezenas de promessas -principalmente nas áreas de saúde e educação- e pouca garantia de que elas serão realizadas.

A prefeita Dárcy Vera (PSD), candidata à reeleição, e o tucano Antonio Duarte Nogueira Junior têm dito tudo o que o eleitor quer ouvir: serão construídas novas escolas, mães terão creches para seus filhos e fim dos inúmeros problemas da saúde.

Especialistas afirmam, no entanto, que, sem a discussão de políticas econômicas, essas promessas são vazias.

"Sem verificar a real capacidade da prefeitura, a população não tem condição de avaliar a promessa", afirmou o especialista em finanças públicas Adriano Biava, professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP.

Na área da saúde, por exemplo, principal tema da campanha eleitoral, ambos prometem a contratação de médicos sem especificar a quantidade e o valor gasto.

"Os candidatos usam do que chamamos de discurso inverídico. E infelizmente, não existe penalidade para isso", afirmou o advogado Marcelo Augusto Melo de Sousa, vice-presidente da Comissão de Estudos Eleitorais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo.

Problema crônico, a falta de vagas em creches também virou tema para o palanque eleitoral dos dois.

Dárcy promete zerar a demanda para crianças de até três anos e ambos falam em construir 15 novas unidades. Nogueira também diz que irá implantar o período integral.

"Neste segundo turno ainda faltam propostas concretas e palpáveis", afirmou Jorge Sanchez, presidente executivo da Amarribo Brasil, que representa a Transparência Internacional no país.

Já o cientista político Humberto Dantas, do Insper, afirmou à Folha que "há uma distância expressiva entre o que se fala e o que se faz".

OUTRO LADO

Por meio da assessoria de imprensa, Dárcy afirmou que os projetos serão realizados com apoio dos governos estadual e federal, além de parcerias privadas.

Já Nogueira afirmou, pela sua assessoria, que a educação em tempo integral ocorrerá de forma gradativa.

Para tanto, o tucano, que defende um "choque de gestão", prevê a utilização de parte dos recursos do aumento do percentual do PIB (Produto Interno Bruto) aplicado à educação, que passará para 10%, de acordo com o Plano Nacional de Educação.

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