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Estado reduz folga de PMs e cogita a Rota

No final de semana, casa de PM aposentado e base policial no Quintino Facci foram alvos de ataque em Ribeirão

Medidas foram anunciadas após onda de violência que, em uma semana, teve 18 baleados, com 9 mortes

Edson Silva/Folhapress
Policiais em patrulhamento na Demétrio Chaguri, no Quintino 2, onde três foram mortos
Policiais em patrulhamento na Demétrio Chaguri, no Quintino 2, onde três foram mortos

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Após registrar 18 baleados, dos quais nove morreram, em menos de uma semana, o Estado reduzirá o horário de folga de policiais militares em Ribeirão para aumentar o efetivo nas ruas e não está descartada a ação da Rota (grupo de elite da PM) na cidade.

O ápice ocorreu na última sexta-feira, com 12 baleados -cinco mortes-, mas no final de semana os atos de violência prosseguiram.

O comércio de bairros da zona norte não abriu no sábado e moradores evitavam circular nas ruas, especialmente no Quintino Facci, que teve uma base policial atacada no dia. Inscrições alusivas à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) surgiram num muro do bairro.

Ontem, foi a vez de a casa de um policial militar aposentado ser atingida por seis tiros na zona oeste.

A tensão começou no dia 14, quando um policial sofreu dois tiros, mas reagiu e matou um dos assaltantes. Nos dois dias seguintes, dois criminosos foram mortos por policiais, e um PM foi baleado.

Com esse cenário, o secretário de Estado da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, disse que o efetivo nas ruas será ampliado.

Para ele, os dois batalhões, com cerca de 1.100 homens, representam uma estrutura que "dá conta dos obstáculos", mas que a Rota pode ser deslocada para Ribeirão.

"Se houver necessidade, mandaremos [a Rota], mas não vejo razões para isso no momento. A PM daqui é bem aparelhada", disse.

Sobre a redução do período de folga dos PMs, ele afirmou que a medida será adotada na cidade, assim como já está em vigor em outras localidades que tiveram ondas de violência recentemente.

Em Araraquara, por exemplo, policiais têm trabalhado 12 horas após intervalos de igual duração e não mais com folgas de 36 horas, o que gerou críticas da associação da categoria (leia texto ao lado).

Para o secretário, as ações são fruto de guerras entre traficantes e de criminosos contra policiais. Ele disse que o PCC não está envolvido nos crimes em Ribeirão.

"São quadrilhas respeitadas e perigosas aqui fora. Talvez até mais perigosas do que essa facção que está reclusa nas penitenciárias", disse, em alusão ao PCC. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a cidade terá mais policiais nos próximos meses, sem citar números.

APÓS OS TIROS

Nos bairros onde ocorreram os tiroteios entre sexta e sábado, na zona norte, o clima ontem foi de quase normalidade, mas com moradores tendo receio sobre a autoria dos crimes. "O povo quer saber se foi bandido ou polícia que atirou", diz o aposentado Carlos Alberto Alves, 63.

No Jandaia, a dona de casa Gildevaine Nogueira, 42, afirmou que na sexta criminosos passavam pelas ruas avisando que haveria tiroteio.

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