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Governo duplica leilões para citricultores

Hoje quinzenais com limite de 20 mil caixas por produtor, vendas de até 40 mil caixas por citricultor passam a semanais

Medida visa minimizar perdas com supersafra, mas especialista diz que preço ao consumidor não deve ter queda

Edson Silva - 30.jul.2012/Folhapress
Citricultores fecham rodovia entre Bebedouro e Monte Azul em ato contra a crise do setor
Citricultores fecham rodovia entre Bebedouro e Monte Azul em ato contra a crise do setor

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O governo federal vai realizar leilões semanais para compra de laranja de produtores paulistas e mineiros a partir do próximo mês, segundo o presidente da câmara setorial de citricultura do Ministério da Agricultura, Marco Antônio dos Santos.

A medida tenta amenizar a queixa dos citricultores sobre a baixa remuneração da fruta, reduzindo os impactos da supersafra neste ano -a oferta recorde derrubou o preço pago ao citricultor.

É forte a presença da citricultura na região de Ribeirão Preto, principalmente em Araraquara e Bebedouro.

Realizar leilões semanais significará dobrar a quantidade de eventos dessa natureza, já que atualmente são feitos apenas dois por mês, de acordo com Santos.

Também deve dobrar o limite máximo de comercialização nos eventos. Passará de 20 mil caixas por produtor para até 40 mil.

Entidades do setor e especialista consideram a iniciativa positiva principalmente para os produtores, que dizem enfrentar uma de suas piores crises na atividade.

Na avaliação de Flávio de Carvalho Pinto Viegas, presidente da Associtrus (entidade que representa produtores), a intensificação dos leilões é "uma ajuda bem-vinda, principalmente neste momento" em que a caixa sai por R$ 7.

Os créditos para os leilões chegam a R$ 120 milhões e visam garantir R$ 10,10 por caixa, com prêmio máximo de R$ 3,16 a caixa.

Ele disse, no entanto, que dificuldades burocráticas ainda emperram a participação de produtores menores nos leilões. Quanto a isso, o Ministério da Agricultura tem realizado reuniões para explicar os procedimentos aos interessados, segundo o presidente da câmara setorial.

PARA O CONSUMIDOR

Para Marcos Fava Neves, especialista em agronegócio da USP, a ampliação dos leilões não deve gerar queda no custo ao consumidor, "pois o preço já está muito baixo".

Em nota, a Citrus Br (representante da indústria e de exportadores) afirmou: "Os leilões funcionam como um complemento de renda, o que é positivo para o setor".

Segundo a entidade, as dificuldades atuais do setor se devem também à queda do consumo no mercado externo. A indústria estima que, ao final da safra, ao menos 30 milhões de caixas de laranja serão perdidas nos pomares.

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