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Falta creche para 1 em cada 4 crianças

Deficit é de 3.625 vagas para pequenos de até três anos em Ribeirão Preto, de acordo com o Ministério da Educação

Para sanar gargalo, MEC afirma que cidade precisa de mais 17 creches; prefeitura diz que abriu 6.000 vagas

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO
Silva Junior/Folhapress
A empacotadora Lia Betania, 20, no bairro Ribeirão Verde com filho Vitor Gabriel, que ainda está sem vaga em creche
A empacotadora Lia Betania, 20, no bairro Ribeirão Verde com filho Vitor Gabriel, que ainda está sem vaga em creche

O Ministério da Educação estima que uma em cada quatro crianças de zero a três anos esteja sem vaga em creche em Ribeirão Preto.
Com base no Censo 2010, o órgão federal afirma que existe na cidade um deficit de 3.625 vagas na população com até três anos de idade.
Na fatia entre quatro e cinco anos, há falta de ao menos 20 vagas, de acordo com o diagnóstico da pasta.
Para atender a demanda de crianças que ainda não conseguiram se matricular, o MEC afirma que precisariam ser construídas no município 17 novas creches.
A Secretaria da Educação de Ribeirão afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a demanda por vagas em creches é histórica e que 6.000 novas matrículas foram abertas recentemente (leia texto nesta página).
O aumento na oferta de vagas, no entanto, não tem sido suficiente para solucionar o problema na cidade.
A unidade central do Conselho Tutelar encaminhou à Promotoria da Infância e Juventude 104 representações contra a Secretaria da Educação entre os meses de julho e outubro deste ano por conta da falta de vagas.
Bairros da periferia como Ribeirão Verde, Salgado Filho e Vila Abranches lideram em reclamações, segundo o conselheiro Márcio Labate.
De acordo com o defensor Aluísio Ruggeri Ré, a Defensoria Pública recebe cerca de 20 casos de falta de vagas no ensino infantil por mês, principalmente na faixa etária abaixo dos três anos.
Esse é o caso da empacotadora Lia Betania de Carvalho Souza, 20. Prestes a ter encerrada sua licença-maternidade, ela ainda não conseguiu uma vaga para o filho Vitor, de quatro meses.
"Minha cunhada só encontrou creches lotadas. Não sei o que vou fazer com ele porque não tenho com quem deixá-lo", afirma.
Vizinha de Lia, Andna Roberta de Brito, 19, diz que foi informada pela funcionária de uma creche de que o filho Marcos Vinicius, de nove meses, só poderia ser matriculado após completar um ano.
Enquanto não conseguir uma vaga, ela diz que não pode voltar ao trabalho.
"Se fosse colocá-lo em uma creche particular, teria que pagar R$ 360 por mês, e eu não tenho condições [financeiras]", afirma.
A dona de casa A.B., 25, que pediu para não ser identificada, diz que foi informada de que o filho não poderia ser matriculado porque possui uma restrição alimentar por conta de uma alergia.
"Quando procurei a creche no começo do ano, ele era o número 300 na fila. Depois de um tempo, voltei lá e me disseram que não tinham como chamá-lo porque não tem haveria como mudar a alimentação de todas as crianças só por causa dele."

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