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Conselho de Educação quer ouvir secretária sobre gastos no bosque

Professor que denunciou uso de recursos no zoo participou de reunião do grupo anteontem

Integrantes do conselho ouviram o docente e classificaram o caso como grave; prefeitura nega irregularidades

Silva Junior/Folhapress
O professor Luís Lopes na reunião do conselho, anteontem
O professor Luís Lopes na reunião do conselho, anteontem

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

O Conselho Municipal de Educação de Ribeirão Preto aprovou, em reunião anteontem à noite, o convite para que a secretária da Educação, Débora Vendramini, seja ouvida para dar explicações sobre os gastos da pasta no bosque Fábio Barreto.
Após ouvir o professor Luís Lopes, autor das denúncias de uso do dinheiro do ensino no zoo, conforme revelou a Folha em 4 de novembro, integrantes do conselho classificaram o caso como grave e afirmaram ver indícios de irregularidades.
Além de chamar Débora, o conselho também vai oficiar o Ministério Público e o TCE (Tribunal de Contas do Estado) para que apurem o caso.
De acordo com o presidente do conselho, Arnaldo Martinez de Bacco Júnior, a expectativa é que a secretária seja ouvida na próxima reunião do grupo, em dezembro.
Há possibilidade de um encontro extraordinário antes. A participação de Débora, porém, dependerá da secretária -o conselho não tem poder de convocação.
À Folha a secretária disse ontem que aguardará instruções do governo, mas que já encaminhou documentos sobre o caso à Promotoria e ao TCE -os dois órgãos haviam sido acionados por Lopes.
Na reunião de anteontem, Lopes falou aos conselheiros durante cerca de uma hora.
O professor ocupava cargo comissionado no governo Dárcy Vera (PSD) como assistente técnico educacional. Foi exonerado a pedido um dia após divulgar carta aberta na qual revelava o uso de verba do ensino em atividades não educacionais no zoo.
Assim como fez há 15 dias, quando divulgou a carta à prefeita, Lopes voltou a sustentar a denúncia durante a reunião do conselho.

O CASO
Segundo o docente, vigilantes contratados pela Secretaria da Educação atuam no zoológico, que também recebeu obras pagas com verbas do ensino -um dos casos é o aquário orçado em cerca de R$ 950 mil que ainda será construído no local.
Estagiários que atuam na limpeza de recintos e na alimentação de bichos também são pagos com recursos da educação, afirma ele.
Desde o início da polêmica, a prefeitura não negou que a Secretaria da Educação esteja utilizando recursos em atividades no zoológico.
A administração diz que as despesas estão vinculadas ao Piea (Programa Integrado de Educação Ambiental), realizado no bosque em parceria entre as secretarias da Educação e do Meio Ambiente.
Lopes, no entanto, diz que o programa é apenas "fachada" para justificar os gastos da educação no bosque.
Por isso, o conselho também vai pedir detalhes do Piea à prefeitura, como investimentos, alunos atendidos e atividades realizadas.
Integrantes do conselho chegaram a cogitar a possibilidade de chamar a prefeita para dar explicações. No entanto, houve consenso que, inicialmente, a secretária Débora é quem deve ser ouvida.
A Folha não conseguiu ontem detalhes da investigação do caso na Promotoria.

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