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Delegado pretende ouvir mais de 200 no caso COHAB

Entre as pessoas que devem ser ouvidas na suposta fraude de venda de casa popular está a prefeita Darcy

Total de pessoas se deve a uma lista apresentada anteontem por advogados à Polícia Civil de Ribeirão Preto

DE RIBEIRÃO PRETO

O delegado da Polícia Civil Marcelo Velludo afirmou que será necessário ouvir mais de 200 pessoas na investigação sobre a suposta fraude em sorteio de casas populares de Ribeirão Preto.

O inquérito nasceu na semana retrasada, quando duas mulheres foram detidas suspeitas de prometer "furar" sorteio da Cohab-RP (Companhia de Habitação Regional de Ribeirão Preto) para casas construídas pela CDHU.

As mais de 200 pessoas a que se refere o delegado são as que constam em lista apresentada a ele anteontem pelos advogados das mulheres. "A princípio, sim, teremos de ouvir uma a uma", disse.

Mas também deve ser chamada a prestar depoimento a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), que foi envolvida nas suspeitas após o depoimento de uma das mulheres, na quarta-feira.

Marta Aparecida Mobiglia, 45, disse que os pagamentos de até R$ 3.000 feitos por pessoas interessadas em se beneficiar da suposta fraude eram entregues a um mensageiro da prefeita.

À imprensa Dárcy negou envolvimento. No entanto, Velludo disse que não descarta ouvir o depoimento da prefeita. "Devo ouvir a prefeita, sim. Mas outras diligências da investigação serão feitas antes", afirmou.

Dirigentes da Cohab e da CDHU também podem ser intimados a dar esclarecimentos. Todo o inquérito ainda está na fase inicial, segundo o delegado, que na sexta-feira ouviu a segunda suspeita.

Maria Rosa Lopes Ferreira, 57, prestou depoimento, mas não citou Dárcy. Disse que não sabia dos detalhes da atividade de Marta, já que só havia cedido sua casa para a amiga "trabalhar".

CONTEMPLADOS?

Os advogados de Marta e Maria Rosa e o delegado não souberam afirmar se na lista com os 200 nomes há pessoas que efetivamente foram contempladas pela suposta fraude no município.

"Seria algo muito interessante [encontrar essa prova], mas será difícil porque a maioria das casas era prometida para março de 2012", afirmou o delegado.

Os imóveis foram construídos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) e parte do dinheiro é proveniente da União.

SIGILO

A Polícia Civil pediu à Justiça na última sexta-feira a quebra do sigilo telefônico do telefone celular de Marta.

Com isso, a polícia quer ter acesso à relação de todas as ligações telefônicas efetuadas e recebidas pela suspeita nos últimos meses.

Em depoimento à polícia ela afirmou que chegou a conversar por telefone com a prefeita de Ribeirão Preto e pessoalmente com Marli Vera, irmã de Dárcy.

(ARARIPE CASTILHO)

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