Causa negra é lembrada com marcha e cultura afro

Uma marcha contra projeto de lei, um concurso de desenhos inspirados em Portinari, samba e homenagem a um militante da causa negra marcam na região a comemoração do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje.

Em Ribeirão, o destaque de hoje é a marcha marcada para as 15h na esplanada do Theatro Pedro 2º.

Chamada "Marcha pelo respeito à ancestralidade africana no Brasil", é organizada pela ONG Orunmila.

Segundo o fundador da entidade, Paulo Cesar Pereira de Oliveira, 57, o objetivo é protestar pelo projeto de lei estadual 992, de 2011, que proíbe o sacrifício de animais em rituais religiosos. "A lei quer proibir a prática de religiões de matriz africana", diz.

A entidade espera cerca de 500 pessoas na marcha. Depois, às 15h, no bairro Tanquinho, o Orunmila organiza celebração com DJs, a escola de samba Tradição do Ipiranga e grupos de dança afro e forró. Também está prevista roda de capoeira e maracatu.

Na opinião de Oliveira, as comemorações do Dia da Consciência Negra ainda são alvo de resistência no país.

Já em Brodowski, o Museu Casa de Portinari abriu exposição com desenhos feitos por crianças do 4º ano de escolas públicas e particulares sobre a temática afrodescendente.

A sugestão inspira-se na preocupação social presente nas obras de Candido Portinari, segundo a gerente do museu, Cristiane Patrici. "Portinari sempre retratou o negro, inserido no contexto social de luta."

Em Ribeirão Preto, o Centro Cultural Palace prestou na última quinta-feira homenagem a Pedro Paulo da Silva, dramaturgo e militante do movimento negro que morreu em 2005, ao batizar o anfiteatro com seu nome.