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Safra da cana começa otimista na região
Expectativa de preços melhores do álcool e do açúcar contrasta com o negativismo visto no início da safra passada
Preço do álcool vendido nas usinas na última semana está 46,3% mais alto do que o valor de março do ano passado, segundo o Cepea
Edson Silva - 19.mar.09/Folha Imagem
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Caminhão estaciona na entrada da Usina Batatais, em Batatais, para descarregar cana-de-açucar, no início da safra 2009/10
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Com preços mais altos do álcool e do açúcar no mercado, a
safra da cana-de-açúcar 2010/
11 começa amanhã na região de
Ribeirão Preto, principal polo
sucroalcooleiro do país, com
uma perspectiva de otimismo
do setor, situação bem diferente da registrada no início da
temporada passada.
A abertura da safra anterior
foi marcada pela crise, que dificultou o acesso ao crédito para
os produtores, e por preços baixos. No caso do álcool, segundo
o Cepea, da Esalq/USP, o litro
vendido na semana passada nas
usinas, sem impostos, está com
preço 46,3% mais alto que no
início da safra passada -R$
0,9963, ante R$ 0,6809.
"Essa safra tem todos os ingredientes para ser melhor. Há
um começo melhor, com o
mercado aquecido, preços em
alta e até a situação de crédito,
se não é a ideal, já melhorou
muito", disse o secretário de
Estado da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio.
Além dos preços, a demanda
por álcool e a qualidade da cana
na safra atual reforçam o otimismo. "Aquela chuva do ano
passado, que prejudicou a safra,
para a cana foi muito boa. Em
termos de produtividade, a cana está muito bonita, muito
forte, vai produzir muito neste
ano", disse o presidente da Usina Batatais, Bernardo Biagi.
A usina é a primeira a iniciar
a produção, amanhã, com previsão de moer 3,75 milhões de
toneladas -uma alta de 6%. A
filial em Lins começou a safra
hoje e deve moer 1,910 milhão
de tonelada -aumento de 16%.
Segundo Biagi, a oscilação do
preço na temporada passada,
que começou baixo e depois subiu no final da safra, causou dificuldades para usinas e consumidores. No início, o preço baixo fez as usinas trabalharem no
prejuízo. Depois, com a alta,
consumidores com carros flex
migraram para a gasolina.
Para Marcos Fava Neves,
professor de estratégia da USP,
se o otimismo do início da safra
se confirmar em números, será
uma recuperação para o setor,
após anos "para se esquecer".
"Os últimos anos foram terríveis, de crise econômica, dificuldade de crédito, investimento exagerado. Agora volta para
um cenário de racionalidade."
Além da Batatais, a maioria
das usinas deve iniciar a moagem em meados deste mês, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
"Para o etanol, a expectativa é
positiva pois o mercado é crescente, o carro flex vende cada
vez mais. Já o açúcar tende a
ser bom como em 2009", diz o
diretor regional, Sérgio Prado.
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