Ribeirão Preto, Sexta-feira, 01 de Abril de 2011

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Conselho propõe lista única para creches

Ideia, que deve ser discutida, visa evitar "jeitinho" e mostrar ao pai em que lugar o filho está na fila em Ribeirão

Prefeitura diz não saber a demanda por vagas; ações da Promotoria obrigaram a gestão a incluir ao menos 2.000

Silva Junior/Folhapress
Filhas da dona de casa Marta Aparecida dos Santos, que moram no Parque Ribeirão Preto e estão sem vaga em creche

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O Conselho da Educação de Ribeirão Preto estuda a criação de uma lista única de crianças que esperam vagas em creches na rede municipal. A medida visa evitar fraudes e "jeitinhos".
Há políticos, dizem conselheiros, que conseguem passar filhos de eleitores na frente. A Secretaria da Educação informou não ter denúncias do tipo e que orienta os diretores a não burlar a fila.
A falta de vagas em creches, para crianças de até três anos, é o principal gargalo da educação na cidade. Em 2010, as creches locais abrigaram 5.662 crianças.
A secretaria diz não saber qual é hoje a demanda, e que a lista única é uma boa opção (leia texto abaixo).
O promotor Naul Felca, porém, tem um termômetro do deficit: desde que a prefeita Dárcy Vera (DEM) assumiu, em 2009, no mínimo 2.000 crianças só obtiveram vaga via Justiça. Em 2009, a estimativa da Promotoria era de 9.000 "sem-creche".
Na lista única, cada escola fixa na parede qual é a fila de espera. Outra hipótese é divulgar vagas na internet.
Segundo a conselheira Ana Paula Soares da Silva, docente da USP, a ideia será debatida na comissão da educação infantil na próxima semana e levada ao conselho. "A ideia é garantir o princípio da equidade no acesso à educação."
O modelo já existe em outras cidades, como São Bernardo do Campo (SP). Em 2009, um grande mutirão de cadastros iniciou a fila única.
São Bernardo atende 9.000 em creches. Hoje, há 7.000 na espera. A fila não é por ordem de chegada: bebês desnutridos e de famílias mais carentes têm prioridade.
"Com a lista exposta, os próprios pais ajudam a controlar", disse a secretária da Educação, Cleuza Repulho.
O promotor apoia a ideia de dar visibilidade, mas faz ressalvas. "Pode dar a falsa ideia aos pais de que a ordem está sendo seguida, quando temos diversas ações judiciais [que passam crianças na frente]", disse Felca.


Próximo Texto: Dona de casa não consegue vaga para nenhum dos 4 filhos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.