Ribeirão Preto, Sábado, 01 de Maio de 2010

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Agrishow-2011 depende do "custo Ribeirão"

Serviços como hotelaria, alimentação e transporte -principalmente táxis-, são questionados por grandes expositores

Grandes fabricantes de tratores alegam o alto custo como um dos motivos que podem deixá-los de fora da Agrishow no próximo ano

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Superados os principais gargalos de infraestrutura, o sucesso da próxima Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) dependerá dos serviços prestados fora dos limites da Fazenda Experimental que abriga o evento.
O chamado "custo Ribeirão" é a principal reclamação dos grandes fabricantes de tratores, que podem ficar fora da feira em 2011. A participação das montadoras, no entanto, ainda depende de decisão da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entidade que agrupa as gigantes do setor.
Na apresentação do balanço parcial da Agrishow, ontem à tarde, a prefeita Dárcy Vera (DEM) disse que começará a discutir na próxima semana os preços considerados abusivos, durante o evento, de serviços como hotelaria, alimentação e transporte, sobretudo táxis.
Sindicato de bares e restaurantes, representantes de taxistas e os organizadores da feira deverão participar da discussão para baixar os preços cobrados na época do evento.
Segundo o presidente da Agrishow, Cesário Ramalho, os bons resultados alcançados pelos expositores no evento que terminou ontem devem estimular a participação das grandes fabricantes de tratores no próximo ano -desde que os "abusos" sejam corrigidos.
A organização da feira não divulgou dados sobre o volume de negócios fechados em 2010. Ramalho, porém, afirmou que a cifra de R$ 860 milhões projetada no início da feira e a previsão de público de 140 mil pessoas foram atingidas e podem ser superadas.
Apenas um dos bancos que participou dos cinco dias de feira -que não teve o nome revelado- emprestou R$ 320 milhões, segundo a organização.
Um balanço completo da edição 2010 da Agrishow será finalizado na próxima semana. Neste ano, a área dos estandes da Agrishow teve aumento de 102 mil m2 para 167 mil m2. Considerando o alargamento das ruas e avenidas, o terreno que abriga a feira passou de 240 mil m2 para 360 mil m2.
O maior ganho para os negócios, no entanto, foi a construção do novo acesso para a feira, a principal reclamação dos expositores nos anos anteriores, de acordo com o gerente geral da Agrishow, José Danghesi.
A setorização dos estandes, com áreas delimitadas para bancos, fabricantes de tratores, fabricantes de equipamentos de irrigação e concessionárias de automóveis, entre outros expositores, também deu nova dinâmica à Agrishow, na avaliação de Danghesi.
O otimismo dos organizadores com a feira recém-terminada é compartilhado com expositores e compradores. No caso deles, porém, são a superação da crise econômica e a perspectiva de safra recorde para diversos produtos os motivos para essa confiança.
"Tem que investir para não ficar para trás", disse o agricultor Luciano Silva Lemos, 57, de Boa Esperança (MG). Produtor de café e leite, ele aproveitou a Agrishow para investir R$ 68 mil na compra de um trator e uma plantadeira.


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