Ribeirão Preto, Domingo, 01 de Maio de 2011

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Universidades de SP ensinam em inglês

USP Ribeirão oferece disciplina sobre agronegócio; já Unesp de Araraquara dá seminário e minicurso de química

Instituições querem enriquecer o currículo dos alunos e prepará-los para um mercado de trabalho competitivo

Silva Junior/Folhapress
O professor do curso de administração Marcos Fava Neves ministra aulas eminglês na FEA, da USP de Ribeirão Preto

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Aulas ou seminários em inglês, sem tradução, em diferentes áreas do ensino universitário -como agronegócio, química, odontologia e relações internacionais.
O cenário poderia ser uma universidade dos EUA ou da Europa, mas não é. Instituições do interior paulista têm ampliado suas ofertas com língua estrangeira.
E o objetivo é quase sempre enriquecer o currículo e preparar o alunos para o mercado de trabalho.
Na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP de Ribeirão, a disciplina agrobusiness é um dos exemplos. Só no curso de administração, são seis disciplinas optativas em inglês.
Com o sistema implantado, até o professor Marcos Fava Neves se surpreende com o resultado. "É um ambiente rico. Não sonhava ver isso tão cedo na USP", disse.
A aula sobre agrobusiness atrai alunos outros cursos, como química e farmácia. A opinião dos estudantes de fora amplia o debate.
"Vimos que os estrangeiros têm uma visão mais protecionista das coisas deles e preocupada com a sustentabilidade", disse Fava Neves.
Há até turmas com predomínio de estrangeiros. É o caso da aula de gerência e promoções de vendas, também da administração.
Única brasileira, Marcela Zucherato, 23, convive com colegas de culturas bem distintas, como Teemy Nyyssonen, 23, da Finlândia, e Juan Ortiz, 21, da Colômbia -ambos com dificuldades com a língua portuguesa.
Atualmente, pelo menos 220 estrangeiros estão nos campi locais. E o caminho contrário também ocorre: no mínimo 134 alunos da região estudam hoje no exterior.

SIMULADO DA ONU
Na curso de relações internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca, os alunos se preparam o ano inteiro para simular um congresso da ONU (Organização das Nações Unidas), que reúne cerca de cem estudantes por vez.
Eles se tornam delegados de países. Algumas das "rodadas de negociações" são em inglês. "A experiência ajuda também a aprender a negociar", afirmou o professor Marcelo Passini Mariano, coordenador o Gepezoi, grupo que organiza os simulados da ONU.
De ouvinte e delegada de países, Ana Beatriz de Miranda Geraldi, 21, será na edição deste ano a secretária-geral.
"Na primeira vez, você não se acha preparado. Mas depois acaba reforçando o seu argumento e usa termos técnicos precisos."
O inglês também é aplicado no Instituto de Química da Unesp de Araraquara. Professores americanos e europeus fazem seminários e cursos de algumas semanas para os alunos da pós.
"A maior parte da bibliografia é em inglês. Os alunos já estão familiarizados", diz o diretor do instituto, José Roberto Hernandes.
Em outras locais, a própria língua é o tema da aula, caso do curso de letras da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). O espanhol e o inglês são usados nas aulas de literatura daqueles idiomas.
Na Unesp, também se usa inglês nas aulas das faculdades de Odontologia e Ciências Farmacêuticas de Araraquara e na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal.


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